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Macron: G7 quer enviar ajuda à Amazônia ‘o mais rápido possível’

"O que está em jogo na Amazônia, em termos de biodiversidade, oxigênio, a luta contra o aquecimento global é de tal ordem, que esse reflorestamento tem que ser feito", advertiu Macron

arquivo pessoal / facebook
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Macron: como atual presidente do G7, ele colocou os incêndios amazônicos no topo da agenda da cúpula, após declará-los emergência global

DW – Durante sua 45ª conferência de cúpula, os chefes de Estado e governo do G7 concordaram quanto ao envio de ajuda aos países afetados pelos incêndios na Região Amazônica “o mais rápido possível”, declarou neste domingo (25) o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.

Ele acrescentou que os líderes das maiores potências econômicas avançadas estão se aproximando de um consenso sobre como ajudar a extinguir o fogo e reparar os danos resultantes. Trata-se de encontrar os mecanismos apropriados, tanto técnicos quanto financeiros, acrescentou, e “tudo depende dos países da Amazônia”, que compreensivelmente defendem sua soberania.

“Mas o que está em jogo na Amazônia, para esses países e para a comunidade internacional, em termos de biodiversidade, oxigênio, a luta contra o aquecimento global, é de tal ordem, que esse reflorestamento tem que ser feito”, advertiu.

Embora 60% da Região Amazônica se situe no Brasil, a maior floresta do mundo também se estende por oito outros países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, e até mesmo o departamento ultramarino da França, Guiana Francesa.

Na qualidade de atual presidente do G7, Macron colocara os incêndios amazônicos no topo da agenda da cúpula, após declará-los emergência global. Numa iniciativa controversa, ele também ameaçou não ratificar o acordo de livre-comércio assinado entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), devido às “mentiras” do presidente Jair Bolsonaro quanto a seu real comprometimento climático e ambiental.

Sem negociação com Irã

Por outro lado, contrariando notícias anteriores, Macron informou não ter recebido mandato oficial para conversar com as autoridades iranianas em nome do G7, no sentido de salvar o acordo nuclear de 2015. Contudo, poderá abordar a questão no contexto do que o grupo combinou no jantar da véspera.

O comentário veio após seu homólogo americano, Donald Trump, negar ter concordado com “qualquer coisa” relativa a negociar com Teerã. Segundo o chefe de Estado francês, o jantar foi “uma discussão informal, livre, intensa, extremamente longa”, ocupando-se em especial dos incêndios na Amazônia, a crise na Ucrânia e a Rússia.

Os líderes das maiores potências econômicas avançadas – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido e União Europeia – estão reunidos até esta segunda-feira, na localidade balneária de Biarritz, na costa sudoeste francesa, a fim de debater a ameaça de recessão global e a mudança climática, entre outros temas de peso.

Com diplomacia característica, Macron ressaltou que Trump é o presidente da “potência mundial número um”, tendo que defender os direitos de seus eleitores, e que ele tem deixado bastante claros seus pontos de vista sobre o Irã e outros assuntos.

As relações entre Teerã e Washington se deterioraram significativamente desde que Trump se retirou do acordo internacional sobre armamentos nucleares com o Irã, e voltou a impor pesadas sanções sobre as exportações de petróleo do país. Os EUA também anunciaram que intensificariam sua presença militar na região, a fim de monitorar as atividades da República Islâmica.