São Paulo – O projeto cultural Graffiti contra a Enchente lançará um documentário, no próximo sábado (4), para contar sua história e celebrar a revitalização realizada em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo. No mesmo dia, será realizado um festival internacional de cultura hip-hop.

O grafiteiro Gamão, líder do movimento e responsável pelo Racha Kuka Produções, afirma que o projeto, que completa seis anos em 2021, aumentou a autoestima dos moradores do município e também conscientizou parte da população sobre como reduzir os riscos de enchentes.

A saga do movimento começou em 2014, quando uma intensa chuva atingiu o bairro do Leme. O Rio Pirajussara, que corre ao lado, mesmo com um piscinão, subiu tanto que chegou a atingir o teto das casas. Segundo Gamão, diversas pessoas viram seu patrimônio, sonhos e suas vidas devastadas em meio às enxurradas que atingiram níveis severos em diversos bairros da cidade.

“O movimento surgiu às margens do córrego Pirajuçara por causa das enchentes, um problema que afeta toda grande São Paulo. É uma realidade que a gente enfrenta ‘hereditariamente’. A partir disso, principalmente da enchente que ocorreu em 2014, o projeto viu a necessidade de atuar e retirar as marcas deixadas pela água nas paredes das casas”, afirmou o grafiteiro, em entrevista q Marilu Cabañas, no Jornal Brasil Atual.

Graffiti contra a enchente

A partir do episódio, nasceu o Graffiti Contra a Enchente, evento de hip-hop que chega à 6ª edição em 2021. Segundo o organizador, diversos grafiteiros e artistas de todas as partes do mundo para mudar a paisagem do bairro assolado pelas enchentes.

“Nesse final de semana, o evento será um pouco menor por conta da pandemia, que não acabou. Porém, vamos ter artistas de vários lugares do Brasil e também de outros países e continentes, como Japão, Estados Unidos, Argentina e Chile. Muitas pessoas aceitaram vir por acreditarem no nosso propósito”, celebrou Gamão.

Em cinco edições, o Grafitti contra a Enchente já reuniu mais de dois mil grafiteiros do Brasil e da América Latina. O pré-lançamento do documentário será feita numa versão menor, mas trazendo novos temas para os grafites, como a violência contra a mulher. Serão 30 grafiteiros, reunidos a partir das 10h, com música, poesia e atrações infantis.

Confira a entrevista