Em memória

Cantor cubano Pablo Milanés, símbolo da ‘Nueva Trova’, morre aos 79

Autor de obra monumental, Milanés estava internado desde o dia 12 de novembro sob tratamento para doença onco-hematológica que sofria há vários anos, e que se agravou recentemente

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O cantor teve que cancelar várias apresentações de sua turnê “Días de Luz” nos últimos meses

São Paulo – O histórico cantor cubano Pablo Milanés, um dos fundadores da chamada Nueva Trova Cubana, morreu aos 79 anos na madrugada desta terça-feira (22), em Madri, Espanha. A informação foi confirmada pela página oficial do artista no Facebook.

“É com grande dor e tristeza que lamentamos informar que o mestre Pablo Milanés faleceu nesta madrugada de 22 de novembro em Madrid. Agradecemos profundamente todo carinho e apoio, a todos os seus familiares e amigos, nestes momentos tão difíceis. Que descanse no amor e na paz que sempre transmitiu. Permanecerá eternamente na nossa memória.”

Milanés estava internado desde o dia 12, por “infecções recorrentes”, segundo sua assessoria. Ele estava recebendo tratamento para doença onco-hematológica que sofria há vários anos, e que se agravou recentemente. O cantor teve que cancelar várias apresentações de sua turnê, Días de Luz, nos últimos meses.

Após participar de programas de televisão na década de 1950, ele começou a se destacar como cantor na década seguinte, marcada pelo início do regime comunista Apesar de se declarar revolucionário, o artista ficou recluso aos 23 anos em uma Unidade Militar de Assistência à Produção (Umap), por expressar ideias discordantes ao partido no poder.

“Pablo morreu, lemos ao acordar nesta terça-feira (22) na Rússia, e a dor vem com a notícia. Desaparece fisicamente um de nossos maiores músicos”, assim se expressou no Twitter o primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, ao saber da morte do cantor e compositor, informa o Granma, jornal do PC cubano. O chefe de Estado acrescentou: “Voz indissociável da trilha sonora da nossa geração. Minhas condolências a sua viúva e filhos, a Cuba”.

Segundo o Ministério da Cultura cubano, o trovador, nascido em Bayamo em 1943, estudou música no Conservatório Municipal de Havana, e gravou o seu primeiro disco em 1965, intitulado Os meus 22 anos, considerado a ponte entre o Feeling e a Nova Trova.

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Seu legado musical está contido em mais de 40 álbuns que contêm canções emblemáticas como El breve espacio, Yolanda, Cuba Va, Amo esta Isla e Comienzo y final de una verde mañana, entre muitos outros, além de colaborações inesquecíveis com inúmeros músicos cubanos e com vários dos maiores artistas da América e de outras regiões. Sua última apresentação em Cuba foi o concerto na Cidade Desportiva de Havana, em 21 de junho.

A sua morte ocorre no momento em que se celebra o 50º aniversário da criação do Movimento Nueva Trova, do qual é um dos pilares fundamentais. Pablo foi um grande poeta, um grande cantor. Sua obra musical é imortal, afirma o Ministério da Cultura de Cuba.

Com informações da TV Cultura e do Brasil247