Contra o negacionismo

Escola de São Paulo trouxe presidente vacinado que se transforma em jacaré

Rosas de Ouro foi uma das últimas a desfilar no Sambódromo, já neste domingo. Rio também encerrou desfiles. Apuração será na terça

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA
Vacinado, presidente vira jacaré: escolas mantêm a crítica social

São Paulo – Quase no encerramento do desfile das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, neste domingo (24), a Rosas de Ouro ironizou a postura do presidente da República sobre a vacinação contra a covid-19. Um personagem que representava o presidente se transformava em jacaré depois de receber uma dose. Ainda em 2020, ele declarou que não tomaria vacina e falou, como de hábito sem dados, em efeitos colaterais. Depois, decretou sigilo sobre o assunto.

Sexta escola a entrar no Sambódromo paulistano, a Rosas trouxe um enredo que abordou a cura dos males por meio da fé, magia e ciência. E do samba.

Desfiles sexta e sábado

Na primeira noite, na sexta (22), desfilaram Acadêmicos do Tucuruvi, Colorado do Brás, Mancha Verde, Tom Maior, Unidos de Vila Maria, Acadêmicos do Tatuapé e Dragões da Real. De ontem para hoje, Vai Vai (que voltou ao grupo principal), Gaviões de Fiel, Mocidade Alegre (com homenagem a Clementina de Jesus), Águia de Ouro (campeã de 2020, com tema sobre educação), Barroca Zona Sul, Rosas de Ouro e Império da Casa Verde. Última a desfilar na manhã de hoje, com o dia já claro, a Império fez homenagem aos comunicadores, de ontem e atuais, trazendo o “influenciador digital” e humorista Carlinhos Maia.

Já a Gaviões, sem dar um nome específico, levou um “governante fascista” à avenida. O cabeleireiro Neandro Ferreira desfilou em uma ala cujos componentes estavam vestidos de militares.

Zeca Pagodinho: a música é o remédio

Quem assistiu ao desfile na segunda e última noite foi o sambista carioca Zeca Pagodinho. Ele aproveitou para pedir à população que se manifeste politicamente. Preocupado com a situação do país, disse que pode sair do Brasil. “O povo precisa se manifestar, mesmo através da música, porque caso contrário o Brasil vai continuar assim, do jeito que está”, afirmou ao portal UOL. “Não quero ir embora daqui, mas do jeito que está eu penso em ir” (..) O samba é a solução para o momento difícil atual. O samba, a MPB, a bossa nova. A música é o remédio.”

No Rio de Janeiro, o desfile principal terminou com a apresentação da Vila Isabel, que homenageou o compositor e cantor Martinho da Vila, presidente de honra da escola. Antes, passaram pelo Sambódromo a Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade Independente, Unidos da Tijuca e Grande Rio, que trouxe um evento sobre Exu, buscando combater o preconceito contra religiões de matriz africana. Na noite anterior, Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor. A apuração será realizada na próxima terça-feira (26).


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