Às 21h30

Série ‘Inovação China’, na TVT, aborda hoje exploração aeroespacial e oceânica

Físico Ricardo Galvão, demitido do Inpe pelo governo Bolsonaro por denunciar o desmatamento, fala sobre parcerias científicas Brasil-China que foram interrompidas

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São Paulo – A TVT exibe nesta segunda-feira (13) o quinto episódio da série Inovação China, com o tema “Universo e Mar”. A série de seis episódios Inovação China, exibida às segundas-feiras, às 21h30, na TVT, é uma oportunidade para atualizar os conhecimentos sobre temas como informação, novas formas de energia, indústria e manufatura, ciências da vida, exploração aeroespacial e oceânica e futuro.

O capítulo de hoje aborda investidas do país nas áreas de exploração aeroespacial e oceânica e terá a participação do professor de Física Ricardo Galvão, da Universidade de São Paulo (USP). Doutor em Física de Plasma Aplicada pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), Galvão é integrante da Academia Brasileira de Ciências. Além disso, chefiou o Instituto Nacional de Pesquisas Aeroespaciais (Inpe) por três anos, até ser afastado, em 2019. Isso porque sofreu retaliação do governo Bolsonaro após divulgação de dados do instituto que indicavam alta no desmatamento na Amazônia.

“Durante os três anos em que fui diretor do Inpe tive várias oportunidades de discutir com os chineses nosso programa de colaboração internacional para desenvolvimento do satélite CBERS de observação da Terra. Trata-se de um programa considerado um exemplo de êxito na colaboração espacial Sul-Sul de uso pacífico do espaço pelo Escritório para Assuntos Espaciais das Nações Unidas (Unoosa, na sigla em inglês)”, diz o físico. “O que me encanta na pesquisa oceanográfica e espacial é que os chineses demonstram preocupação muito grande em ter domínio soberano sobre tecnologias. Desse modo, a ciência é estratégica para seu progresso econômico e social. E isso fica claro nas manifestações de vários de seus cientistas líderes”, observa.

“Eu recebia no Inpe muitos cientistas chineses e fui várias vezes à China. Sempre para ver o grande número de jovens trabalhando no desenvolvimento de tecnologias espaciais e oceanográficas complexas”, relata Ricardo Galvão. “O governo chinês se preocupou muito com essa questão de educação profunda e envolveu os jovens nos desafios”, afirma o professor. O cientista lamenta que o governo tenha interrompido o programa de colaboração espacial Brasil-China, mas diz acreditar em uma retomada num futuro próximo. “Espero que toda esta colaboração que tantos bons frutos produziu para o Brasil e a humanidade possa ser recuperada.”

Episódio 5 de Inovação China estreia às 21h30


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