Tapete vermelho

Edição 93 do Oscar tem adaptação à pandemia, concessão ao ‘streaming’ e mais diversidade

Premiação está marcada para este domingo, a partir das 22h. Confira os destaques e detalhes da transmissão

creative commons
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"É surpreendente é o tanto de filmes de alta qualidade que tem esse ano"

São Paulo – Com atraso e restrições devido à pandemia, a cerimônia de entrega das estatuetas do Oscar, em sua 93ª edição, está marcada para este domingo (25). O evento começa às 20h no Brasil, quando os convidados começam a chegar no local, no chamado “tapete vermelho”. Já a distribuição dos prêmios tem início às 22h. No país, o Oscar será transmitido pela TNT e serviço de streaming TNT Go. Na madrugada, a Rede Globo também apresenta as principais categorias em rede aberta.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, chega a 2021 após anos de duras críticas em relação à diversidade. O seu júri sempre foi composto quase exclusivamente por integrantes brancos de estúdios de Hollywood. Nos últimos anos, a Academia vem cedendo à pressão social e também da classe artística. O resultado foi maior abertura para novos membros do júri de outras partes do mundo. Agora, o Oscar de 2021 vem com uma aparência mais diversa.

Dois palcos

Outro fator único do Oscar deste ano é a pandemia de covid-19, que já havia motivado o adiamento do evento no ano anterior. O coronavírus provocou mudanças na dinâmica da premiação. Assim, serão dois palcos principais: o tradicional Dolby Theatre, em Los Angeles, e a Union Station, também na cidade. Existe a expectativa da participação de indicados estrangeiros na Inglaterra e na França. Também são esperadas exceções à exigência da presença dos indicados, caso do inglês Anthony Hopkins, com 83 anos, que deve participar por videoconferência.

Neste ano, vários atores, atrizes e cineastas apresentam o evento em conjunto. Estão confirmadas, entre outras, as presenças de Angela Bassett, Halle Berry, Bong Joon Ho, Don Cheadle, Bryan Cranston, Laura Dern, Harrison Ford, Regina King, Marlee Matlin, Rita Moreno, Joaquin Phoenix, Brad Pitt, Reese Witherspoon, Renée Zellweger e Zendaya.

Melhor Atriz

A disputa pela estatueta de melhor atriz deste ano está acirrada, com boa diversidade entre as selecionadas. Entre os nomes, duas vencedoras, uma indicada e duas estreantes no Oscar. As favoritas são justamente as veteranas Viola Davis, por A Voz Suprema do Blues (2020), e Frances McDormand, por Nomadland (2020). Ainda concorrem Vanessa Kirby, por Pieces of a Woman (2020); Andra Kay, por Estados Unidos vs. Billie Holiday (2020); e Carey Mulligan, por Bela Vingança (2021).

Frances já conquistou duas estatuetas, a primeira por Fargo (1996), de melhor atriz coadjuvante; a segunda por Três Anúncios Para um Crime (2017), de melhor atriz. Sua carreira inclui outros importantes prêmios, como o Bafta deste ano por Nomadland, obra que além de estrelar, ela assina a produção executiva. Como o longa também concorre como melhor filme, a atriz concorre diretamente em duas categorias.

Tríplice coroa

Ao lado de sua concorrente Viola Davis, Frances é uma das poucas atrizes a conseguir ganhar a Tríplice Coroa da Atuação. O termo é dado a profissionais que conquistaram o Oscar, o Emmy (mais voltado a produtos para a televisão) e o Tony (o mais prestigiado prêmio de teatro dos Estados Unidos).

Viola Davis, por sua vez, é uma das mais aclamadas atrizes da contemporaneidade. Neste ano, ela foi premiada como melhor atriz na disputa do Sindicato dos Atores de Hollywood. A história está à seu favor, já que existe grande precedente de vencedores do prêmio sindical na Academia. Em seu mais novo longa, Viola está irreconhecível como uma diva do blues, ao lado de outro favorito, o ator Chadwick Boseman, que concorre ao prêmio póstumo. Outro fator de destaque é que o Oscar tende a valorizar papeis históricos norte-americanos.

Melhor Ator

Chadwick Boseman, com o Oscar, recebe sua nona indicação póstuma. O ator conhecido por Pantera Negra (2018) e outras atuações de excelência, morreu em 2020, vítima de um câncer. E suas chances são boas. Em A Voz Suprema do Blues, Boseman entrega uma atuação digna do prêmio, além de já ter levado um grande número de prêmios que servem de “termômetro” para o Oscar. Ele ganhou o prêmio do Sindicato dos Atores, maior indicador de favoritismo. Agora, ele tenta repetir o feito de Heath Ledger em 2008, por O Cavaleiro das Trevas.

Apesar do favoritismo claro, outros grandes atores concorrem na categoria, com trabalhos de destaque. Entre eles, Anthony Hopkins, por O Pai (2020). A atuação do experiente Hopkins é irretocável. Ele entrega o papel emocionante de um idoso com problemas de saúde que vê suas memórias se esvairem com o tempo. Hopkins, aos 83 anos, torna-se o mais velho indicado na categoria. Por sua atuação ele recebeu o prêmio Bafta deste ano.

Lembrando Cidadão Kane

Também está na disputa Gary Oldman, por Mank (2020). A produção da Netflix conta a história do processo de escrita do roteiro do Cidadão Kane (1941), considerado por muitos o melhor filme da história, de Orson Welles. Dirigido por David Fincher, a obra resgata o clima noir do cinema de Welles para contar a história a partir do olhar do roteirista Herman J. Mankiewicz.

Dessa forma, a lista dos indicados ainda conta com mais dois atores e um destaque histórico no Oscar. Após anos de críticas, a Academia passou a respeitar maior diversidade em suas indicações. Neste contexto, competem, pela primeira vez, um ásio-americano e um muçulmano. São eles Steve Yeun, por Minari (2020), e Riz Ahnmed, por O som do silêncio (2019).

Melhor direção

Uma das categorias mais disputadas e prestigiadas tem, pela primeira vez, duas mulheres entre os cinco indicados. Isso, em mais de 90 anos de premiações. Neste Oscar com maior diversidade, outra “primeira vez”. Chloe Zhao é a primeira chinesa a competir na categoria, por Nomadland. Ela é uma das grandes favoritas ao prêmio, e pode ser a segunda mulher a levar a estatueta para casa. Seu trabalho é amplamente premiado, inclusive na disputa do Sindicato dos Diretores, maior termômetro para o Oscar.

Outra diretora que tenta tirar a estatueta de Chloe é Emerald Fennell, por Bela Vingança. O filme tem temática forte, de uma mulher abusada que passa a frequentar bares, fingindo estar bêbada, para se vingar de homens que tentam estuprá-la. Outro destaque para Emerald é o fato de ela ter conduzido o filme durante a gravidez.

Mais destaques

Ainda no esforço da Academia de abrir os olhos para o mundo, está a indicação de Thomas Vinterberg. O diretor concorre pelo extraordinário Druk: Mais uma rodada (2020). A obra “etílica” conta com uma atuação primorosa do maior astro do cinema do país, Mads Mikkelsen. Mesmo sendo estreante, Vinterberg é veterano e um dos expoentes de sua geração ao lado de Lars Von Trier, com quem criou a corrente inovadora Dogma 95.

Ainda concorrem Lee Isaac Chung, por Minari; e David Fincher, por Mank. Fincher concorre pela terceira vez em sua homenagem à Hollywood, e seria um candidato forte por sua direção ousada e esteticamente forte. Entretanto, outros diretores e diretoras entregam trabalhos de maior relevância e potência neste ano.

Melhor Filme

A categoria principal tem oito filmes na disputa. A Netflix comparece em peso na categoria deste ano com Mank e Os Sete de Chicago (2020). Os dois filmes aclamados do serviço de streaming mostram a realidade do cinema em casa, algo que já se mostrava tendência em anos anteriores. Entretanto, são candidatos que não ostentam o favoritismo de outros.

Ainda concorre Judas e o Messias Negro (2020), de Shaka King, com atores de peso como Daniel Kaluuya. O filme aborda a história de Fred Hampton, jovem ativista e liderança promissora dos Panteras Negras assassinado após perseguição do governo norte-americano.

Favoritos

Bela Vingança é outro filme marcante. Ao lado de Minari e O som do silêncio, narrativas fortes que não figuram nas listas de favoritos ao prêmio, apesar de boas chances em outras categorias.

Entre os favoritos está o O Pai, de Florian Zeller. A obra apresenta uma forma inovadora criativa para a narrativa sentimental. A atuação de Hopkins é outro grande destaque, além de produção e direção primorosa. Entretanto, o grande favorito é Nomadland. Vale lembrar que o Oscar vem quebrando favoritismos, como foi no ano passado com a vitória de melhor filme e direção de O Parasita (2019), do sul-coreano Bong Joon-hoo.

Para assistir em casa

Em tempos de streaming e pandemia de covid-19, o melhor mesmo é ficar em casa. Muitos dos filmes estão disponíveis em plataformas on-line. A RBA separou alguns destaques on demand entre a lista completa dos indicados. Confira:

Mank (2020): Netflix

Os Sete de Chicago (2020): Netflix

O Tigre Branco (2020): Netflix

Relatos do Mundo (2020): Netflix

Destacamento Blood (2020): Netflix

Meu Pai (2020): Now, Itunes, Google Play

O Som do Silêncio (2020): Amazon Prime Video

Soul (2020): Disney Plus

Mulan (2020): Disney Plus

O Grande Ivan (2021): Disney Plus

Dois Irmãos (2021): Disney Pus

Uma Noite em Miami (2020): Amazon Prime Vídeo

Borat: Fita de cinema seguinte (2020): Amazon Prime Vídeo

Time (2020): Amazon Prime Vídeo

Estados Unidos vs Billie Holiday (202): Hulu

Confira também a lista completa com todos indicados de todas as categorias

Melhor Filme

Meu pai

Minari

O som do silêncio

Nomadland

Mank

Bela vingança

Os 7 de Chicago

Judas e o messias negro

Melhor direção

Thomas Vinterberg (Druk — Mais uma rodada)

David Fincher (Mank)

Lee Isaac Chung (“Minari”)

Chloé Zhao (Nomadland)

Emerald Fennell (Bela vingança)

Melhor Atriz

Viola Davis (A voz suprema do blues)

Andra Day (Estados Unidos vs. Billie Holiday)

Vanessa Kirby (Pieces of a woman)

Frances McDormand (Nomadland)

Carey Mulligan (Bela vingança)

Melhor Ator

Riz Ahmed (O som do silêncio)

Chadwick Boseman (A voz suprema do blues)

Anthony Hopkins (Meu pai)

Gary Oldman (Mank)

Steve Yeun (Minari)

Roteiro Adaptado

Borat: Fita de cinema seguinte

Meu pai

Nomadland

Uma noite em Miami

O tigre branco

Roteiro Original

Judas e o messias negro

Minari

Bela vingança

O som do silêncio

Os 7 de Chicago

Atriz Coadjuvante

Maria Bakalova (Borat: Fita de cinema seguinte)

Glenn Close (Era uma vez um sonho)

Olivia Colman (Meu pai)

Amanda Seyfried (Mank)

YounYuh-jung (Minari)

Ator Coadjuvante

Sacha Baron Cohen (Os 7 de Chicago)

Daniel Kaluuya (Judas e o messias negro)

Leslie Odom Jr. (Uma noite em Miami)

Paul Raci (O som do silêncio)

LaKeith Stanfield (Judas e o messias negro)

Fotografia

Judas e o messias negro

Mank

Relatos do mundo

Nomadland

Os 7 de Chicago

Design de Produção

Meu pai

A voz suprema do blues

Mank

Relatos do mundo

Tenet

Filme Estrangeiro

Druk — Mais uma rodada (Dinamarca)

Better days (Hong Kong)

Collective (Romênia)

The man who sold his skin (Tunísia)

Quo Vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina)

Animação

Dois irmãos

A caminho da lua

Shaun, o carneiro, o Filme: A fazenda contra-ataca

Soul

Wolfwalkers

Figurino

Emma

Mank

A voz suprema do blues

Mulan

Pinóquio

Edição de Som

Greyhound

Mank

Relatos do Mundo

Soul

O som do silêncio

Curta de Animação

Burrow

Genius Loci

If anything happens I love you

Opera

Yes-People

Curta-metragem

Feeling through

The letter room

The present

Two distant strangers

White eye

Trilha Sonora

Destacamento Blood

Mank

Minari

Relatos do mundo

Soul

Efeitos Visuais

Love and monsters

O céu da meia-noite

Mulan

Tenet

O grande Ivan

Edição

Meu pai

Nomadland

Bela vingança

Os 7 de Chicago

O som do silêncio

Cabelo e Maquiagem

Emma

Era uma vez um sonho

A voz suprema do blues

Mank

Pinóquio

Canção Original

Fight for you (Judas e o messias negro)

Hear my voice (Os 7 de Chicago)

Husavik (Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars)

Io Sì (Rosa e Momo)

Speak now (Uma noite em Miami)

Longa Documentário

Collective

Crip Camp

The Mole Agent

My Octopus Teacher

Time

Curta Documentário

Colette

A concerto is a conversation

Do not split

Hunger Ward

A love song for Latasha