cinema em casa

Produção nigeriana se destaca na premiação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Chega ao fim a 44ª edição do principal evento de cinema da capital paulista, realizada sob o rigor da pandemia. “Repescagem’ exibe 130 filmes até domingo (8)

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Cerimônia de premiação presencial, com isolamento social. Em cena, o premiado Chico Rei Entre Nós

São Paulo – A 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo terminou, oficialmente, na noite de ontem (4). Foram distribuídos os prêmios e homenagens desta edição especial, realizada on-line por conta da pandemia de covid-19. Foram 198 filmes de 71 países em duas semanas exibidos por plataforma de streaming para todo o Brasil.

A boa notícia para quem perdeu o evento, ou deixou de ver algum título de interesse, é que a chamda repescagem já começou. A maioria dos filmes, 130 deles, seguem disponíveis até domingo (8). É uma oportunidade aos que não conseguiram ver as obras durante a mostra e também para conferir os premiados. As exibições seguem na plataforma Mostra Play.

A cerimônia de encerramento ocorreu na área externa do Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, para poucos presentes que seguiram protocolos de isolamento social. Após a solenidade de encerramento, foi exibido o mais recente longa do dinamarquês Thomas Vinterberg (A Caça), Another Round, que conta com uma brilhante atuação de Mads Mikkelsen.

Foram distribuídos dois prêmios Humanidade; um para o documentarista norte-americano Frederick Wiseman e outro para os funcionários da Cinemateca Brasileira, que resistem às tentativas de desmonte promovidas pelo governo de Jair Bolsonaro. Também foi concedido o Prêmio Leon Cakoff, entregue à produtora Sara Silveira.

Premiados

Os prêmios do Júri Internacional foram distribuídos em quatro categorias. Os membros de um colegiado selecionado escolheram entre os filmes mais bem avaliados pelo público, que pôde dar nota para as obras ao final de cada sessão.

Júri Internacional

  • Melhor Ficção: Eyimofe (Esse É o Meu Desejo), de Arie Esiri e Chuko Esiri (Nigéria)
  • Melhor Documentário: 17 Quadras, de Davy Rothbart (EUA)
  • Menção Honrosa: Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado (Brasil)
  • Menção Honrosa: Thiessa Woinbackk, melhor atriz por Valentina (Brasil)

Já a votação do público é levada em conta diretamente para a distribuição de outros quatro prêmios. Chico Rei Entre Nós foi lembrado novamente por sua história necessária e bem contada sobre as consequências da escravidão nas vidas negras brasileiras. O excelente Não Há Mal Algum, de Mohammad Rasoulof (Irã) também ganhou a crítica ao contar histórias sobre como a pena de morte pode desumanizar os executores, além de fazer uma ode à resistência.

Público

  • Melhor Documentário Brasileiro: Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado (Brasil)
  • Melhor Filme de Ficção Brasileiro: Valentina, de Cássio Pereira dos Santos (Brasil)
  • Melhor Documentário Internacional: Welcome to Chechenya, de David France (EUA)
  • Melhor Filme de Ficção Internacional: Não Há Mal Algum, de Mohammad Rasoulof (Irã, Alemanha, República Tcheca)

Outra sessão que distribuiu dois prêmios é a da crítica especializada. Entre os vencedores, o filme Mosquito, de João Nuno Pinto (Portugal). O filme também encantou o público com uma história de guerra sensível e surreal, descrito de forma simpática como o “Apocalypse Now português”, em referência ao filme de 1979, de Francis Ford Coppola, baseado no livro Coração das Trevas, de 1902, de Joseph Conrad, sobre o horror e a loucura que a guerra inspira.

Crítica

  • Melhor Filme Internacional: Mosquito, de João Nuno Pinto (Portugal, Brasil, França)
  • Melhor Filme Brasileiro: Glauber, Claro, de César Meneghetti (Brasil)

Ainda foram distribuídos mais dois prêmios por essa edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O Prêmio Projeto Paradiso 2021 é uma bolsa destinada a roteiristas em fase de desenvolvimento. O vencedor foi o projeto Neuros, de Guilherme Coelho. A Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) também concede tradicionalmente um premio ao melhor filme brasileiro de diretor estreante. O vencedor foi Êxtase, de Moara Passoni (Brasil).