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Banda punk russa Pussy Riot expõe escândalos de Bolsonaro em cartaz

Grupo divulgou um cartaz crítico a Bolsonaro. As russas se apresentam em São Paulo nesta semana

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"Vamos cantar, dançar e nos revoltar como se estivéssemos sobre esta cabeça-busto-desgoverno-monumento-vazia de ideias"

São Paulo – A banda de punk rock russa formada apenas por mulheres, Pussy Riot, que se apresenta nesta semana no Brasil, divulgou um cartaz crítico ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido). O grupo é reconhecido por postura politizada e feminista. Eles se apresentam nesta quinta-feira (30), no Centro Cultural São Paulo. O show é parte do Festival Verão Sem Censura, que começou no dia 17 e vai até sábado (1º).

A imagem é composta por um desenho colorido das integrantes da banda com as cores do arco-íris, símbolo da comunidade LGBT+, que frequentemente é alvo de ataques e discursos de ódio de Bolsonaro e seus seguidores. Também está no cartaz o símbolo do feminismo com um punho cerrado, característico do movimento. Abaixo, uma caricatura do presidente em tons de cinza formada por desenhos que remetem a escândalos de seu mandato.

Compõem a figura do presidente barris vazando óleo, em referência ao descaso do governo com a tragédia ambiental que forrou o litoral do Nordeste com o derivado do petróleo; peixes mortos; armas, em referência à sanha armamentista do bolsonarismo; chamas, em referência ao recorde de queimadas na Amazônia; latas de veneno, em referência aos 503 agrotóxicos liberados pelo governo em apenas um ano.

O show está marcado para as 20h e contará com participação especial de Linn da Quebrada. O festival é promovido pela Prefeitura de São Paulo e é uma resposta à onda ultraconservadora que tomou a esfera pública com o bolsonarismo, promovendo censura e tentativas de sufocamento econômico da arte e cultura.

Palavra da banda

A Pussy Riot é conhecida por fazer frente contra a política do presidente russo, Vladmir Putin, e o parlamento local, que segue uma linha conservadora e adota medidas homofóbicas.

Não é a primeira banda que divulga um cartaz crítico ao momento de retrocessos pelo qual o Brasil passa. Em abril do ano passado, viralizou um cartaz de um show da banda punk Dead Kennedys, com palhaços armados vestindo o tradicional uniforme da extrema-direita nos últimos anos, a camiseta da seleção brasileira de futebol.

Pelas redes sociais, a Pussy Riot mandou uma mensagem aos fãs brasileiros:

“Estamos no Brasil! Sobre esta cabeça feita e cheia de restos as Pussy Riots cantam e dançam. Nós somos Pussy Riots. Juntos façamos aqui nossa revolta sobre esta cabeça monumento-destruição. Num monumento cadafalso na Praça Vermelha em Moscou elas cantaram e dançaram pela primeira vez para o mundo inteiro. Somos agora Pussy Riots espalhados por todo o planeta , e aqui no Brasil vamos cantar, dançar e nos revoltar como se estivéssemos sobre esta cabeça-busto-desgoverno-monumento-vazia de ideias , e façamos dela detritos!!! Somos agora Pussy Riot!”

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