Cultura em SP

Espetáculo conta a experiência de estudantes secundaristas que ocuparam as escolas em 2016

Últimas apresentações do ano ocorrem nesta sexta e sábado (26), às 20h, no Sesc Belenzinho, na zona leste da capital paulista

Divulgação
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"A gente realmente passou por todo esses momentos da repressão policial, de debates com a direção que nunca chegavam em lugar nenhum (...) a gente fala dentro da peça o que aconteceu de verdade", destaca atriz

São Paulo – Nesta sexta-feira e sábado (25 e 26), às 20h, ocorrem as últimas apresentações do ano, em São Paulo, do espetáculo Quando Quebra Queima, em cartaz no Sesc Belenzinho, na zona leste da capital, com ingressos que variam de R$ 9 a R$ 30, disponíveis apenas para esta sexta. Com direção de Martha Kiss Perrone, a peça da Coletiva Ocupação traz a performance de estudantes que participaram do movimento secundarista, entre 2015 e 2016, responsável por ocupar diversas escolas públicas em oposição ao projeto de reorganização escolar e em meio às denúncias da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurava o pagamento de propina em contratos de merenda escolar durante a gestão do então governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Há dois anos circulando por espaços culturais e festivais dentro e fora de São Paulo, com exibições internacionais na Inglaterra e Portugal, o espetáculo é fruto de uma rede formada pela diretora e atores ao longo do processo de ocupação das escolas que leva ao palco a perspectiva dos que viveram de dentro esse que foi um grande movimento de resistência.

“A gente realmente passou por todo esses momentos da repressão policial, de debates com a direção que nunca chegavam a lugar nenhum, essa coisa do movimento mesmo de estar presente, estar dentro de uma escola, se dividir em núcleos para poder cuidar da escola nesse período de ocupação”, destaca a atriz Mel Oliveira em entrevista à jornalista Marilu Cabañas nos estúdios da Rádio Brasil Atual. “Então, tudo o que a gente fala dentro da peça é o que aconteceu de verdade, nada daquilo é maquiado, inventado, roteirizado, escrito por outra pessoa e a gente não está lá interpretando, não, a gente viveu aquilo.”

O espetáculo também reflete a própria passagem dos estudantes secundaristas, hoje já formados no ensino médio, e com parte deles tendo ingressado na universidade, como explica Mel, que cursa Filosofia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Com o intuito de mostrar que esse processo de luta política continua, a peça faz também uma “dança-luta” e, em 2020, ganhará espaço diretamente nas escolas públicas, onde será exibido.

Confira a entrevista da Rádio Brasil Atual