musicalidade

Do pampa para o Brasil, Vitor Ramil transforma a poesia de Angélica Freitas em canções

Compositor e intérprete apresenta seu novo trabalho no "Hora do Rango", ao meio-dia, na FM 98,9 da Rádio Brasil Atual

Ana Ruth Miranda/Cultura RS
Ana Ruth Miranda/Cultura RS
Influenciado pela poeta Angélica Freitas, amiga e ex-vizinha, Vitor apresenta as novas facetas de sua musicalidade, do blues ao samba

São Paulo – O compositor, intérprete e escritor Vitor Ramil é o convidado do programa Hora do Rango desta segunda-feira (30), ao meio-dia, na Rádio Brasil AtualInfluenciado pela poeta Angélica Freitas, amiga e ex-vizinha, Vitor apresenta as novas facetas de sua musicalidade, do blues ao samba.

A apresentação intitulada como Avenida Angélica, traz uma parceria que não é nada recente. O artista começou a musicar os versos da escritora em 2008, depois de conhecer o primeiro livro dela, Rilke Shake.  No período, os dois eram autores da hoje extinta editora Cosac Naify – ele escreveu o romance Satolep (Pelotas, sua cidade natal, escrita de trás para a frente).

Avenida Angélica mostra a colaboração entre os dois artistas e reedita a experiência de Vitor com o show Borges da Cunha Vargas Ramil, de 2005. Na ocasião o compositor antecipou para o público as milongas que estava criando para os poemas de Jorge Luis Borges e João da Cunha Vargas e que só viria a gravar em 2010, no álbum Délibáb.

“A poesia de Angélica tem um frescor e uma leveza extraordinários. Ela tem um olhar direto, sutil e muito afiado para coisas da vida aparentemente não poetizáveis. Conversando com ela, descobri que ela ouviu muito rádio, que era uma coisa que eu nunca acompanhei muito. Tem até um poema chamado R.C., para o qual intuí uma levada parecida com as canções do Roberto Carlos. Depois, ela me confirmou que era mesmo uma referência a Roberto”, disse, em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora.

Irmão da dupla Kleiton e Kledir, Ramil lançou 11 discos, dois songbooks, três romances e um ensaio, A estética do frio, em que afirma que o Rio Grande do Sul não está à margem de um centro – como costumam ser referidas as regiões brasileiras distantes do eixo Rio-São Paulo –, mas no centro de uma outra história, no caso, no ponto de intersecção entre os países do Prata, Uruguai e Argentina, e o próprio Brasil. Ele ainda tem músicas gravadas por Mercedes Sosa, Milton Nascimento, Jorge Drexler e Ney Matogrosso, e com Caetano Veloso e Fito Paez.


O programa

Hora do Rango, apresentado por Colibri Vitta e premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), recebe ao vivo, de segunda a sexta-feira, ao meio-dia, sempre um convidado diferente com algo de novo, inusitado ou histórico para dizer e cantar. Os melhores momentos da semana são compilados e reapresentados aos sábados e domingos, no mesmo horário.