Nuestra América

Flamenco, baião, reggaeton e funk se misturam no disco de estreia do cantor Jacintho

Em homenagem aos povos tradicionais da América Latina, artista lança o álbum "Tropical Desespero"

Divulgação/ Kessi Ferreira
Divulgação/ Kessi Ferreira
Jacintho diz que a mistura de ritmos em seu álbum de estreia cria o que define como a identidade musical "latino-futurista"

São Paulo — O programa Hora do Rango dessa sexta-feira (9) recebe, a partir do meio-dia, o cantor e compositor paulista Murilo Henrique Jacintho. Mais conhecido simplesmente por Jacintho, ele lança seu álbum de estreia, Tropical Desespero, com produção de Felipe Cordeiro e Rafael Barone (baixista de Liniker e os Caramelows). O disco tem nove músicas, incluindo uma parceria com a banda francisco, el hombre, na faixa Tem Gente Ficando Loca, e outra com Felipe Cordeiro, Dose Proibida.

“A ideia do álbum é justamente referenciar os povos da América Latina que estão por meio dos trópicos e que fazem parte de uma ocupação geográfica tropical, de fartura e riquezas naturais, tão cobiçados por olhares imperialistas. Desespero, por exemplo, é sobre o processo de dominação, sobre a diáspora recorrente, exploração e colonização desses povos, de um massacre identitário que perdura há séculos e sem dúvidas segue até hoje”, explica Jacintho.

Seu álbum de estreia transita tanto por ritmos tradicionais latinos, como o flamenco, o baião, a cumbia e a salsa, assim como o reggaeton e o funk. O resultado, segundo o artista, é uma identidade musical “latino-futurista”.

Jacintho define o processo de produção como uma relação de complementação e sincronia perfeita. “O Barone tem uma veia muito mais ligada com aspectos relacionados a timbres, texturas, modo de captação e experiências mais técnicas dentro do estúdio, enquanto que o Felipe é um cara muito de feeling, articulado na direção artística e levantamento de arranjo. Além de Rafaela Prestes, que fez a mixagem do disco e que absorveu logo de cara toda a atmosfera trazendo potência e solidez, então conseguimos montar uma equipe que se complementou e entendeu minha proposta”, explica.

As músicas chegam ao YouTube com vídeos que trazem a interpretação da letra completa em Libras (língua brasileira de sinais), contemplando as pessoas que precisam dessa acessibilidade. “Normalmente, os vídeos trazem o intérprete de libras no cantinho da tela. A ideia foi dar protagonismo para isso, colocando a intérprete no centro”, diz Jacintho.

O programa

Hora do Rango, apresentado por Colibri Vitta e premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), recebe ao vivo, de segunda a sexta-feira, ao meio-dia, sempre um convidado diferente com algo de novo, inusitado ou histórico para dizer e cantar. Os melhores momentos da semana são compilados e reapresentados aos sábados e domingos, no mesmo horário.