INTERCÂMBIO

China investe em produção cultural e abre oportunidades para artistas brasileiros

País quer tornar o setor um pilar da economia até 2020. Receitas para produções crescem a taxas superiores às da economia

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Em evento ocorrido nesta semana na High Design, em São Paulo, a província chinesa de Fujian abriu um estande com 30 empresas da área cultural

São Paulo – A China planeja tornar sua indústria cultural um pilar da economia nacional até 2020, e isso abre uma oportunidade gigante para artistas e produtores do Brasil, como os do setor de artes plásticas, que ainda não estão voltados para o maior mercado de artes do mundo, que detém a maior bilheteria global, desde março de 2018.

A receita total do setor aumentou 10,8% para 9,2 trilhões de yuans (cerca de US$ 1,5 trilhão) em 2017, disse o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE). A taxa de crescimento foi maior que a de 7,5% em 2016 e 6,9% em 2015. O DNE acompanha mais de 55 mil empresas em 10 segmentos de cultura, incluindo seis que oferecem serviços culturais e quatro envolvidos na manufatura de produtos culturais.

A receita de serviços de transmissão de informações registrou o maior aumento anual de 34,6%, seguida pelos serviços culturais e artísticos, e serviços de recreação e entretenimento. A produção de produtos culturais, que responde por mais de um terço da receita total do setor, registrou um crescimento de 11,4% em receita. As regiões no leste do país contribuíram com 74,7% para a receita cultural total em 2017, segundo o DNE.

Mostra em São Paulo reúne 30 entidades chinesas

Em evento realizado nesta semana na High Design, em São Paulo, a província chinesa de Fujian abriu um estande com 30 empresas da área cultural. Fujian é uma das províncias (estado) mais importantes da China, com 39 milhões de habitantes. Foi sede dos Brics em 2017, tendo recepcionado o evento na cidade de Xiamen.

Para mostrar o peso da sua indústria cultural, a província trouxe à capital paulista uma mostra panorâmica do setor, com a participação de 30 empresas, com os mais variados produtos e artistas: laca, cerâmica, escultura em pedra e madeira, pintura, iluminação, artesanatos e medicina tradicional chinesa, que também faz parte da cultura local.

Segundo os organizadores, o objetivo é aproximar a cultura, parte da economia fundamental na geração de emprego e renda, além de expandir os laços culturais entre os dois países. A missão foi composta de 40 representantes da província e liderada por Xiao Guixin, vice-Secretário do Departamento de Propaganda da Provincial de Fujian e Chen Yang, vice-Presidente do Comitê Provincial de Fujian do Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional. Esteve presente na feira o presidente da Associação da Juventude da Província de Fujian no Brasil, Lin Fangyao.

Fujian tem uma das mais importantes redes de tevê da China. Muito além dos investimentos em tecnologia, energia e infraestrutura, a presença de Fujian abre caminho para o intercâmbio de artistas, produtores e a indústria deste setor nos dois países.