Do caribe para o Brasil

O ritmo cubano da Batanga & Cia toma conta do programa ‘Hora do Rango’

Popular ritmo cubano dos anos de 1950 é resgatado numa mistura original com tambores africanos e a música popular brasileira. É nesta quarta-feira (10), a partir do meio-dia. Confira!

Eduardo Sardinha/Divulgação

As cinco músicas do EP “Did you Say Songo?” exploram os diversos gêneros musicais de Cuba e Brasil

São Paulo – O programa Hora do Rango desta quarta-feira (10) recebeu o grupo Batanga & Cia, cuja missão, dita pelos próprios integrantes, é clara: trazer de volta um dos ritmos da escola cubana, e que justamente dá nome ao grupo, misturando-o com sonoridades brasileiras. A banda é formada por Pedro Bandera (percussão), Hanser Ferrer (piano e percussão), Claudia Rivera (flauta e piano), Fernando Ferrer Jr (sax), Ilker Ezaki (percussão) e Gustavo Martinez (baixo).

Na Havana dos anos de 1950, o batanga surgiu por meio de dois grandes nomes da época dourada da música cubana – Bebo Valdéz e Benny Moré. Naquela época, porém, o ritmo foi ofuscado pela popularidade do mambo. Agora, mais de meio século depois, a tradição musical da ilha caribenha ganha nova roupagem. No Batanga & Cia, a música é marcada pela influência africana de tambores bata, yia, itótele y okónkolo, que ganham a companhia de pandeiro e cuíca.

O grupo lançou o EP Did you Say Songo?, com cinco músicas de autoria dos integrantes do Batanga que exploram diversos gêneros da música popular de ambos os países com uma formação com percussão, flauta, piano e contrabaixo, onde o ritmo cubano vai se transformando e se aproximando ora do chorinho, ora do samba.

Assista

Rock and Blues

Na terça-feira (9), o estúdio da Rádio Brasil Atual recebeu a banda gaúcha Picanha de Chernobill. Desde 2013 radicada em São Paulo, o grupo tem como principais influências o rock dos anos 60 e 70, o folk e o blues. Fundada em 2009, logo no ano de estreia já lançou seu primeiro álbum, batizado apenas como Picanha de Chernobill. No ano seguinte, ganhou o prêmio de melhor banda independente do Rio Grande do Sul após participar de um festival e, em 2011, gravou seu segundo álbum, O Velho e o Bar.

A mudança para São Paulo, em 2013, a fez iniciar o projeto “Picanha na Rua” – em seis anos, a banda realizou mais de mil shows pelas ruas da capital paulista. Com essa iniciativa, o grupo estabelece um sentimento de pertencimento à cidade, levando música e arte gratuitamente ao espaço público. Nesse período, a Picanha de Chernobill participou do Circuito Sesc e de festivais como o Grito Rock, SP na Rua e Virada Cultural, além de projetos como o Ruas Abertas, Redes e Ruas e Mês da Cultura Independente.

Em 2016, por meio de um projeto de financiamento coletivo, a banda lançou seu terceiro álbum, O Conto, a Selva e o Fim. O sucesso de público nas ruas, festivais e bares levou a Picanha de Chernobill a se apresentar no Rock in Rio (2017), no Pira Rural (2018), Morrostock (2018) e, recentemente, no Psicodália 2019, além de realizar duas turnês pela Europa (2017 e 2018).  

Novamente por meio de financiamento coletivo, a banda agora quer lançar seu quarto disco. No programa Hora do Rango desta terça-feira (9), os gaúchos da Picanha de Chernobill falaram sobre como é tocar nas ruas de uma das maiores cidades do mundo, contaram os planos para os próximos shows e turnês, além de tocarem ao vivo.

Samba    

A programação semanal do Hora do Rango começou segunda-feira (8) com a cantora paulistana Fabiana Cozza, que lançou recentemente o álbum Canto da noite na boca do vento, com repertório todo dedicado à dona Ivone Lara e seus parceiros, no qual canta acompanhada do violonista Alessandro Penezzi, de Henrique Araújo (cavaquinho e bandolim) e Douglas Alonso (percussão). O trabalho conta com as participações especiais da cantora Maria Bethânia, o cantor Péricles e o arranjador e saxofonista Nailor Proveta.

No álbum, Fabiana Cozza dá voz à obra de Ivone Lara e parceiros como Delcio Carvalho, Nei Lopes, Arlindo Cruz, Paulo César Pinheiro, Hermínio Bello de Carvalho, Mano Décio da Viola, Fuleiro, Tio Hélio, Silas de Oliveira e Bacalhau. O disco tem uma canção inédita, intitulada A dama dourada, um pedido de Fabiana ao jovem compositor Vidal Assis, que dividiu a parceria (letra) com Hermínio Bello de Carvalho.

A cantora gravou seu primeiro álbum solo em 2005, O samba é meu dom, vencedor do Prêmio Tim nas categorias de artista revelação e melhor cantora de samba. O segundo disco saiu em 2007, Quando o céu clarear, no qual Fabiana canta sambas inéditos e consagrados, como Doces recordações (Ivone Lara e Délcio Carvalho), Tendência (Ivone Lara e Jorge Aragão), Agradecer e abraçar (Gerônimo e Vevé Calazans), Pela sombra (Nei Lopes e Nelson Sargento), além dos clássicos Canto de Ossanha (Baden Powell – Vinícius de Moraes) e Nação (João Bosco, Paulo Emílio e Aldir Blanc), sucesso de Clara Nunes.

Em 2011, Fabiana Cozza gravou seu terceiro álbum, intitulado simplesmente Fabiana Cozza, vencedor do prêmio da Música Brasileira na categoria “Melhor cantora de samba”.

O programa

O Hora do Rango, apresentado por Colibri Vitta e premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, recebe ao vivo, de segunda a sexta-feira, ao meio-dia, sempre um convidado diferente com algo de novo, inusitado ou histórico para dizer e cantar.

Os melhores momentos da semana são compilados e reapresentados aos sábados e domingos, sempre ao meio-dia.