Em São Paulo

Distribuição e preços altos impedem acesso da população à cultura

Pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra que na capital paulista um terço da população não frequentou nenhum equipamento cultural no último ano, por falta de acesso, distância e valores das atividades

TVT/Reprodução

Estudo aponta demanda por descentralização dos equipamentos culturais como espaço em Ermelino Matarazzo, na zona leste (foto)

São Paulo – A cultura está mais perto da população nos locais mais ricos da cidade de São Paulo, de acordo com pesquisa da Rede Nossa São Paulo, divulgada nesta terça-feira (9), que aponta desigualdade na distribuição dos equipamentos culturais que, associado a preços altos, acabam por impedir o acesso à cultura por parte da população. Pela pesquisa, três em cada 10 paulistanos não frequentaram nenhuma atividade cultural nos últimos 12 meses, mas o fariam se o valor fosse mais acessível. Além disso, enquanto bairros como o Butantã, na zona oeste, dispõem de uma média de 53 equipamentos, bairros mais periféricos como Cidade Ademar e Marsilac, na zona sul, não possuem nenhum desses espaços.

“Se a prefeitura quer ampliar a participação, ampliar a frequência da população no que diz respeito às atividades culturais, é preciso que se tenha uma política de descentralização, de aproximar as atividades culturais da casa das pessoas e, somada a isso, também uma política de redução de preços”, afirma o coordenador da organização, Américo Sampaio ao repórter Leandro Chaves, do Seu Jornal, da TVT.

Na capital paulistana, a cultura sofre ainda com a falta de verbas e constantes reduções que, nesse ano por exemplo, chegou a ser 10% menor que em 2018, quando a verba caiu de R$ 436,4993 milhões para R$ 392,131 milhões pela gestão de Bruno Covas (PSDB).

Reportagem de Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual, mostra ainda que o desmonte do setor, com o anúncio recente do governador João Doria (PSDB) de redução em até 23% da verba de cultura, também está nos planos do governo estadual paulista. Na segunda-feira (8), Doria disse que voltou atrás no contingenciamento, mas na prática o decreto ainda não foi revogado.

Assista e ouça a reportagem da TVT e da Rádio Brasil Atual