Projeto ‘Nós, Madalenas’ faz financiamento coletivo para exibição no MIS
Exibição será no museu de Santos e está prevista para junho. Exposição terá 16 fotos e palestra sobre o feminismo
Publicado 13/04/2018 - 12h01
São Paulo – O projeto “Nós, Madalenas – Uma palavra pelo feminismo” está arrecadando fundos para realizar exposição no Museu de Imagem e Som (MIS), de Santos. Prevista para o mês de junho, a mostra tem o objetivo de desconstruir o padrão de beleza e desobjetificar o corpo da mulher.
De acordo com a fotógrafa e responsável pelo projeto, Maria Ribeiro, mesmo com a seleção do projeto, o MIS não paga os custos da exibição. A meta da arrecadação é de R$ 2.860 e vai até o dia 30 de maio.
“Eu dialoguei com a pessoa lá, que até concorda que é uma política bizarra, já que eles exigem que os artistas tenham esse ônus sendo que produzir arte é um movimento de resistência dentro da sociedade capitalista”, lamenta ela.
Entretanto, de acordo com a fotógrafa, a expectativa para alcançar a meta é positiva, já que o coletivo lançou o livro Nós, Madalenas – Uma palavra pelo feminismo também por meio de um financiamento coletivo.
Segundo Maria, a exposição terá a curadoria de 16 imagens, das 100 presentes no livro. Além disso, também haverá uma palestra na abertura sobre como “descolonizar as narrativas sobre o corpo da mulher através da fotografia”.
O projeto
O “Nós, Madalenas” foi desenvolvido entre 2014 e 2015, em São Paulo. “Ele surgiu da necessidade da representação mais real das mulheres na mídia. Eu trabalhei com publicidade e vi a construção de um modelo de beleza irreal, com muita manipulação de imagens. A partir daí, percebi que muitas mulheres se odiavam, porque não se sentiam representadas”, conta Maria.
Segundo a autora, o projeto tira a mulher do lugar de objetificação e traz para um lugar de autonomia. São 100 fotos, sem nenhuma edição estética, na qual cada mulher traz uma palavra que significasse o feminismo dentro de sua própria história.
“O nome vem de Madalena por causa de sua figura histórica, que era uma mulher à frente do seu tempo e com concepções de vida que quebravam o que se esperava de uma mulher na época, mas é julgada até hoje por isso”, explica ela.