Entre Vistas

‘Após governos Lula-Dilma, lugares de fala ecoaram mais’, diz Fabiana Cozza

Entrevistada pela TVT, a cantora aclamada por grandes intérpretes, como Maria Bethânia, e com o samba na veia, é uma das referências da música brasileira da atualidade

TVT/REPRODUÇÃO

Em 2012, Fabiana Cozza foi escolhida a melhor cantora de samba na 23ª edição do Prêmio da Música Brasileira

São Paulo – A cantora paulistana Fabiana Cozza foi a convidada do programa Entre Vistas, da TVT, exibido na última terça-feira (16). Para ela, a ascensão do movimento feminino negro na busca por direitos teve influência dos governos de Lula e Dilma, que facilitaram o fortalecimento do discurso e do debate democrático.

“A marcha continua firme e nunca parou. Mas neste momento, após o governo Lula e Dilma, acho que alguns grupos começaram a ter mais espaço para se expressar. Então, os lugares de fala ecoaram mais. Por outro lado, as mulheres negras da música continuam silenciadas pela industrial cultural”, afirma a artista. 

Com o samba no sangue, Fabiana é filha do intérprete da escola de samba Camisa Verde e Branco, Osvaldo dos Santos, uma das mais tradicionais do samba paulista. Aclamada por grandes intérpretes, como Maria Bethânia, ela é hoje uma referência na música e lança seu primeiro trabalho como poeta, Álbum Duplo.

“Se a música me dá a possibilidade de sonhar, a literatura também faz isso. Eu vou me desdobrando. A Clarice Lispector reclamava que a tratavam como escritora, mas ela diz que não queria um rótulo e eu também não quero. A literatura, para mim, é uma caixinha de música, quando eu escrevo, saltam minhas memórias, dificuldades pessoais”, conta.

Nesta edição do programa da TVT, Fabiana foi entrevistada pelo escritor Marcelino Freire, ao lado do jornalista Lázaro de Oliveira e da socióloga e pesquisadora de Música Popular e Cultura da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Fátima Cabral. A mediação foi da apresentadora e blogueira Carol Pinho.

Fabiana Cozza lançou o primeiro dos cinco álbuns de sua carreira em 2004. Em 2012, foi escolhida a melhor cantora de samba na 23ª edição do Prêmio da Música Brasileira. Mesmo assim, ela diz que é difícil viver de sua arte no Brasil, por causa da indústria cultural. “Dentro do mercado fonográfico atual, considero que eu faço artesanato. Jamais teria personalidade para seguir as regras da indústria. Eu me perguntei quais seriam as chances se eu embarcasse no mercado, talvez a ‘nova Clara Nunes’? Mas nunca teria a identidade que tenho hoje, jamais seria a Fabiana Cozza.”

Para ela, um dos principais motivos para a falta de diversidade musical na mídia é o chamado jabá (dinheiro pago pelas gravadoras às emissoras de rádio ou TV para aumentar a execução de músicas), mas lembra que a indústria fonográfica está perto da falência. “Quando eu vejo um lugar concretado e presto mais atenção, acho uma planta nascendo de uma impossibilidade. Nós somos essa planta, que vai se disseminando e, através da internet, temos burlado esse lugar. Para mim, a música inteligente está fora do rádio há muitos anos”, conclui.

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A partir da semana que vem, na edição que irá ao ar no dia 23, o Entre Vistas deixa de ter Carol Pinho como mediadora do programa, espaço que passará a ser ocupado pelo jornalista Juca Kfouri

programa recebe semanalmente uma personalidade do contexto nacional ou internacional em áreas como saúde, educação, cultura, política e esporte e é gravado no palco do Tucarena, tradicional anfiteatro da capital paulista da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. 

Assista ao programa de Fabiana Cozza:

Para ver a TVT

Canal 44.1 – São Paulo e Grande São Paulo
Canal 512 – NET ABC 
Canal 513 – NET Mogi
Canal 12 – Vivo São Caetano do Sul
www.tvt.org.br
youtube/user/redetvt
E nas redes sociais da TVT e da RBA

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