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Doria pede desocupação da Secretaria de Cultura, e manifestantes avaliam

Secretário apresentou propostas sobre descongelamento das verbas da Cultura, mas não se comprometeu com a saída de André Sturm, reivindicação central dos manifestantes

reprodução/jl

Em relação à agressão de Sturm, Milton disse que ‘não aprova a maneira ríspida com que os agentes foram tratados’

São Paulo – Os artistas que ocupam o prédio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, na Avenida São João, região central da capital, tiveram um encontro na tarde de hoje (1º) com o secretario de Relações Institucionais da prefeitura, Milton Flávio. O representante da gestão do prefeito João Doria (PSDB) propôs que eles deixem o local. Já os ativistas afirmaram que devem avaliar o diálogo e dar resposta amanhã (2), às 14h.

O secretário chegou para dialogar com uma clara missão designada por Doria: a desocupação imediata. Em troca, ofereceu a abertura de um grupo de representantes dos artistas para negociar o descongelamento das verbas da cultura, uma das pautas dos manifestantes. Já sobre a outra reivindicação central, a saída imediata do secretário de Cultura, André Sturm, Milton Flávio não deu nenhuma resposta concreta, apenas afirmou que “não aprova a maneira ríspida com que os agentes de cultura foram tratados”.

Sturm ameaçou “quebrar a cara” de um ativista cultural em reunião realizada na segunda-feira (29), após este exigir a renovação da gestão compartilhada da Casa de Cultura de Ermelino Matarazzo. Eleé alvo de uma representação da vereadora Sâmia Bomfim (Psol), que o acusa no Ministério Público de abuso de autoridade. Companheiro de partido de Sâmia na Assembleia Legislativa, o deputado Carlos Giannazi anunciou que está organizando manifesto assinado por parlamentares para pressionar pela queda de Sturm.

Por volta das 14h, artistas realizaram um ato em frente a Galeria Olido, para apoiar a ocupação e rechaçar a manutenção de Sturm no cargo. Milton afirmou que pretende manter o diálogo, mas não garantiu que Doria espere até amanhã para pedir a desocupação por via judicial do prédio. “Se a questão for judicializada eu estou fora do jogo”, afirmou. “Minha proposta é de diálogo, mas se alguma coisa acontecer, a prefeitura terá de cumprir com ordens judiciais. Esse é o último ato, a partir daí não sou mais mediador”, completou.

Na visita de Milton Flávio à ocupação, os presentes entregaram um abaixo-assinado com mais de 6.000 assinaturas pedindo a saída imediata de Sturm. No texto do abaixo-assinado, os movimentos culturais reivindicam pontos além da saída do secretário. “Nós, abaixo assinados, reivindicamos o afastamento imediato do secretário André Sturm da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, não só pelo abuso de autoridade praticado por ele, quando ameaçou agredir fisicamente artistas (…), mas também: pela política antidemocrática de desmonte da cultura municipal, com o congelamento de 43,5% das verbas; demissões arbitrárias; fim do fomento para dança e teatro; ameaça de privatização de bibliotecas públicas; fim do Clube do Choro; elitização do Carnaval de Rua; atrasos e cortes no VAI; desmonte da Virada Cultural; supressão de festivais; falta de investimento em rádios comunitárias”.

 

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