São Paulo – Passados 74 anos da criação da CLT, uma exposição no Espaço Cultural BNDES, no centro do Rio de Janeiro, mostra esse momento histórico de valorização do trabalhador, com rostos que contam a história de uma época de conquistas. São mais de 200s fotografias em preto e branco tiradas no início dos anos 1940 – foi em 1943, com a aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que a carteira de trabalho tornou-se obrigatória.

“Esses registros são históricos para a gente poder entender um pouco dessa gênese do trabalhador brasileiro, dos primeiros trabalhadores legalmente registrados”, conta o curador da mostra, Guilherme Horta.

Com a carteira de trabalho, a classe operária foi obrigada a ter de sentar-se à frente da câmera fotográfica, muitos pela primeira vez na vida. Alguns tomaram gosto e voltaram ao estúdio, para serem fotografados com a família e amigos, o que não era comum para a classe naquela 

“Para essas pessoas, eram os registros delas mesmas, delas se vendo em outro lugar. Então, foi algo muito mais pessoal do que, simplesmente, uma fotografia para uma carteira de trabalho”, diz Lorena da Silva Hanfel, estudante de História. 

No momento conturbado da política nacional, em que a CLT está sob ameaça, a exposição faz lembrar da importância da garantia dos direitos do trabalhador. A exposição fica em cartaz até quinta-feira (5), no Espaço Cultural BNDES. Hoje (2), às 17h, haverá o lançamento do catálogo da mostra com a exibição de um filme sobre a vida do fotógrafo Assis Horta, autor dos registros expostos.

A entrada é gratuita. O espaço fica localizado na Avenida República do Chile, 100.

Leia mais:

A identidade pelo trabalho. A fotografia de Assis Horta

Assista: