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Cinema no sindicato, memórias da Rocinha e arte nos canteiros de obra

Sindicato dos jornalistas de SP exibe o filme 'Jonas'; site traz fotografias, depoimentos e mapa afetivo da Rocinha e livro resgata história do projeto que instala ateliês de arte em canteiros de obra

reprodução

Jonas’, de Lô Politi, traz Jesuíta Barbosa, Laura Neiva e participação de Criolo, Karol Conká e Rincón Sapiência

Jonas no Cineclube Vladimir Herzog

Nesta terça-feira (28), às 19h30, o Cineclube Vladimir Herzog exibe o longa-metragem Jonas. A sessão será seguida por um debate com Lô Politi, diretora e roteirista do filme. A produção estrelada por Jesuíta Barbosa e Laura Neiva, com participação do cantor Criolo e dos rappers Karol Conká e Rincón Sapiência, retrata a história de um garoto iludido por um amor de infância.

Trata-se de um misto de drama e thriller que apresenta a história de Jonas, um garoto que é filho de uma empregada doméstica e que sempre foi apaixonado por Branca, filha da patroa. Apesar de terem crescido juntos, o abismo social entre eles se acentua conforme eles vão crescendo, até o ponto em que esta barreira se torna intransponível. Quando se reencontram, quase adultos, o amor de Jonas reaparece e com ele um impulso faz com que ele cometa um crime. Ele sequestra a moça e a esconde dentro de uma baleia, carro alegórico da escola de samba do bairro.

A sessão será realizada no auditório Vladimir Herzog, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP). O Cineclube Vladimir Herzog é uma iniciativa do SJSP e do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP).

Jonasno Cineclube Vladimir Herzog
Quando: terça-feira, 28 de março, às 19h30
Onde: Rua Rêgo Freitas, 530, sobreloja, República, São Paulo (SP)
Mais informações: (11) 3229-7989

 

Foto de Ana Luiza de Abreu, em março de 2016, na Estrada das Paineiras, no CorcovadoComunidade em transformação

O Museu Sankofa Memória e História da Rocinha, em parceria com o Instituto Moreira Salles, lançou o site Memória Rocinha. Trata-se de uma plataforma multimídia que integra fotografias históricas e atuais, vídeos com depoimentos de moradores e frequentadores do bairro, além de um mapa afetivo do local. Além de resgatar a história da maior favela do Brasil, o projeto que começou em 2014 pretende fazer uma reflexão sobre os processos de transformação da paisagem e de seu entorno ao longo de mais de um século.

A partir 23 fotografias antigas (produzidas entre 1860 e 1950), a equipe do projeto produziu novas imagens do local. O site apresenta um mapa interativo e colaborativo que resgata as memórias visuais relacionadas à favela sobrepostas ao seu território físico. É possível “navegar” pelas localidades e pelos pontos de referência atuais e ver fotos e vídeos. Ele está aberto à participação dos moradores, que podem colaborar com a galeria e com o mapa.

Os vídeos trazem depoimentos e narrativas dos moradores acerca das identidades e das memórias da Rocinha, que “há tempos luta contra o estigma da violência e da desigualdade social para inserir-se no espaço, na vida política e na história da cidade”, anuncia o site.

Memória Rocinha traz os pontos de vista que deram origem às novas imagens produzidas pelo projeto, um mapa georreferenciado, uma linha do tempo com fatos marcantes ocorridos na comunidade e fotogaleria. Um dos fatos resgatados na seção Linha do Tempo é o assassinato de Amarildo Dias de Souza, um “símbolo de abuso de autoridade e violência policial”. Mas destaca também a criação do Pró-Museu, o incentivo à alfabetização de crianças e jovens reprovados ou rejeitados pelas escolas tradicionais, a criação da associação de moradores e outros fatos marcantes para a comunidade.

O endereço do site éwww.memoriarocinha.com.br.

 

Livro traz imagens e textos sobre questões como emprego, migração, identidade e o papel transformador da artePelos canteiros do país

O projeto Mestres da Obra, que promove ateliês de arte em canteiros de construção civil, celebra seus 15 anos com o lançamento de um livro homônimo no dia 29 de março, às 19h, no Itaú Cultural, em São Paulo. Mestres da Obra – O Livro percorre a linha do tempo do projeto que ao longo dos anos acabou se transformando em uma organização não-governamental.

O livro apresenta desde rascunhos à mão das primeiras ideias para a criação do projeto até histórias do circuito cultural que percorreu construções de todo o país, com imagens e textos que retratam questões como emprego, migração, identidade cultural e o papel transformador da arte no cotidiano dos trabalhadores. A obra traz textos do arquiteto e educador Ciro Pirondi, do especialista em sustentabilidade Fernando Mascaro e do psicólogo especialista em felicidade no trabalho Armando Ribeiro das Neves, além de citações de profissionais de diversas áreas, como o filósofo Mario Sérgio Cortella e do artista e arquiteto Sérgio Ferro.

O projeto criado pelo arquiteto Arthur Pugliese e pelo educador ambiental Daniel Cywinski no início dos anos 2000 tem o objetivo de promover o desenvolvimento sociocultural de operários da construção civil por meio de ateliês de música, escultura, artes visuais, fotografia, pintura, design, teatro e literatura. “Não demorou até percebermos que um canteiro de obras é um enorme ateliê, cheio de materiais interessantes e com pessoas que, mais do que ninguém, dominam a transformação desses materiais e, como qualquer outro indivíduo, também podem transformar suas ideias e seu modo de pensar”, afirmam os idealizadores.

O livro sobre o projeto poderá ser adquirido em breve por meio de uma campanha de financiamento coletivo.

Lançamento de Mestres da Obra – O Livro
Quando: quarta-feira, 29 de março, às 19h
Onde: Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, São Paulo (SP)