bro mc's

Jovens indígenas criam grupo de rap para denunciar o preconceito

Rappers são da aldeia Jaguapiru Bororó, que fica em Dourados (MS), região marcada por conflitos com fazendeiros

REPRODUÇÃO/TVT

Bro MC’s utilizas rimas para expressar conflitos que enfrentam na reserva e problemas dos indígenas no Brasil

São Paulo – O grupo indígena de rap, Bro MC’s, utiliza os versos e rimas para expressar os conflitos que enfrentam na reserva e os problemas da população indígena no Brasil. Em suas músicas, cantadas em português e em tupi guarani, eles denunciam o preconceito.

“A gente usa o rap como ferramenta para se defender do preconceito que sofremos na aldeia, para denunciar a violência, falar da questão da terra que sofre maus tratos”, afirma Bruno Veron, um dos rimadores do grupo. “O Bro Mc’s surgiu para quebrar esses preconceitos e mostrar a verdade da aldeia”, completa Clemersom Batista.

O grupo é formado por Bruno, Kelvin Peixoto, Clemersom e Charlie Peixoto. Os rappers são da aldeia Jaguapiru Bororó, que fica em Dourados (MS). Uma reserva indígena de 3.600 hectares, onde vivem 16 mil índios da etnia Guarani Kaiowá – região marcada por muitos conflitos com os fazendeiros.

Segundo a backing vocal do grupo, Dani, o Bro MC’s é mais reconhecido fora do estado do Mato Grosso do Sul. “A base da economia do nosso estado é o agronegócio, além disso, a principal briga entre os povos indígenas e os não indígenas é a questão da terra. O Bro não surge para brigar com ninguém, mas pra defender o direito que todas as pessoas têm.”

O grupo existe há seis anos e tem alcançado fãs em todo o país, principalmente, pela internet. “Quando a gente está em uma cidade como São Paulo, onde as pessoas não conhecem de fato o que acontece lá, as pessoas gostam de nós e nos recebem muito bem. Isso não acontece muito no nosso estado, poucas pessoas nos recebem bem lá.”

Assista a reportagem de Michelle Gomes no Seu Jornal, da TVT: