Rio de Janeiro

‘Abaporu’, de Tarsila do Amaral, fica exposta no MAR até dia 30 deste mês

Com mais de 300 peças, exposição 'A Cor do Brasil', em cartaz até janeiro de 2017, traça a trajetória da arte brasileira do período colonial até o século 21

Assim como ‘Abaporu’, algumas outras obras que compõem a exposição ficam em cartaz por tempo determinado

São Paulo – Ícone do Movimento Antropofágico brasileiro, o quadro Abaporu (1928), da pintora e desenhista Tarsila do Amaral, saiu das paredes do Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires (Malba) para integrar a exposição A Cor do Brasil, que fica em cartaz até 15 de janeiro de 2017, no Museu de Arte do Rio (MAR). O quadro, no entanto, poderá ser visto apenas até 30 de agosto.

Dividida em três galerias, a exposição resgata a trajetória da arte brasileira desde o período colonial até o século 21, em uma montagem que traz como tema central a antologia das cores na arte nacional. A mostra, que tem curadoria de Paulo Herkenhoff e Marcelo Campos, reúne mais de 300 peças vindas da Argentina, do México e de 12 instituições espalhadas pelo Brasil.

Além de Abaporu e Antropofagia (1929), que voltam à capital carioca pela primeira vez desde o século 20 – e que dividem agora a mesma parede do Museu de Arte do Rio –, o visitante vai conferir algumas obras-primas de Anita Malfatti, Candido Portinari, Di Cavalcanti, Carybé e de Lasar Segall.

Pelo caminho, o público também vai se deparar com peças de Frans Post, um importante artista neerlandês que, em 1637, aos 24 anos de idade, chegou ao Brasil para participar de expedições pelo Nordeste do país com o objetivo de montar uma grande coleção de desenhos com motivos brasileiros.

“A transformação da luz e do ambiente ecológico em cor”, primeira galeria da exposição, apresenta a visão sintética da paisagem, em que retratos e naturezas mortas cedem espaço para uma seleção de quadros impressionistas. A segunda sala, “Modernidade e autonomia da arte”, traz diversos núcleos que retratam a emancipação do regionalismo em prol da vontade de pintar, traz os concretistas de São Paulo, artistas neoconcretos, gestuais e um núcleo carioca da cena da cor. Entre os artistas célebres que compõem esta segunda galeria estão Hélio Oiticica, Tomie Ohtake e Iberê Camargo.

Na terceira sala, “Opinião, Tropicália, Geração 80 e cor do século XXI”, as obras resgatam os movimentos ocorridos no Rio de Janeiro: as mostras Opinião e Tropicália, a Sala Experimental do MAM e Geração 80. Esta galeria reúne peças que apresentam a extensão do tema da cor no Brasil nas últimas seis décadas, na virada do século 20 para o 21 e acaba retomando implicações e projetos políticos da cor na atualidade.

Uma das questões que surgem nesta seção é se existe uma cor afro-brasileira na arte. Segundo os organizadores, devido a compromissos anteriormente assumidos, esta galeria pode ser visitada apenas até outubro e algumas das obras permanecem na exposição somente durante os Jogos Olímpicos.

Para marcar a abertura de A Cor do Brasil, nesta terça-feira (2), os curadores participam de uma conversa de galeria às 11h.

Confira o vídeo da chegada do quadro Abaporu no Museu de Arte do Rio de Janeiro:

A Cor do Brasil
Quando: de 2 de agosto a 15 de janeiro de 2017
De terça a domingo, das 10h às 17h
Onde: Museu de Arte do Rio (MAR)
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro
Quanto: R$ 10, R$ 5 (meia-entrada) e grátis às terças-feiras
Mais informações: (21) 3031-2741