São Paulo – Artistas que ocupam a sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte) em São Paulo realizarão um leilão neste sábado (23), a partir das 17h. Serão colocadas à disposição do público obras que fazem referência ao golpe que afastou, em maio, a presidenta Dilma Rousseff (PT) e empossou interinamente seu vice, Michel Temer (PMDB).

O Leilão Fora Temer em Defesa da Democracia apresentará 150 obras doadas por artistas que denunciam o processo de impeachment, em trâmite no Senado Federal, como golpista. “Artistas com menor inserção no mercado e trabalhos de discurso forte, artistas no início de carreira e também consolidados no mercado. Eles doaram as obras e, com o dinheiro arrecadado, vamos todos discutir ações políticas e artísticas”, explicou o artista plástico Lourival Cuquinha, para o programa Seu Jornal, da TVT.

Algumas obras foram doadas do acervo pessoal dos artistas, outras foram criadas especificamente para o leilão. Antes das obras serem vendidas, elas estão expostas na sede da Funarte, que fica na Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, na região central da capital paulista. “Tem várias formas de atuar contra o golpe. Temos obras relacionadas à crítica midiática, por exemplo”, completou o artista plástico.

A ocupação da Funarte começou em maio, quando o presidente interino resolveu extinguir o Ministério da Cultura. Após pressão popular, Temer recuou e nomeou Marcelo Calero para comandar a pasta. Os artistas, entretanto, não consideram suficiente e possuem outras demandas, além do repúdio ao golpe. “A Funarte não está cumprindo sua função social no sentido de ter equipamentos parados e sem visibilidade. As políticas também não abrangem as demandas e necessidades dos artistas”, afirma a artista marginal Isabela Alzira.

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