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Feminismo e arte africana marcam temporada cultural

Dicas trazem filme histórico sobre a conquista do voto feminino, clipe provocativo contra o machismo no Congresso, exposições sobre África e o olhar social de Nair Benedicto e Pena Branca & Xavantinho

divulgação

As sufragistas

Feminismo no cinema…

Repressão, salários mais baixos, desemprego, assédio sexual, discriminação… Mesmo nos países ditos desenvolvidos, muita lágrima e sangue foram derramados até que as mulheres conquistassem direitos básicos. O filme
As Sufragistas, de Sarah Gavron, que estreou no final de dezembro, apresenta a luta de militantes feministas no início do século 20, na Inglaterra, pelo direito ao voto. Baseada em acontecimentos reais, a história é contada a partir da personagem fictícia Maud Watts (Carey Mulligan), que trabalha em péssimas condições em uma lavanderia de Londres. Até então, as mulheres protestavam e resistiam pacificamente às opressões da polícia e do Estado, mas como não viam nenhum avanço em direção aos seus direitos, a líder do movimento Emmeline Pankhurst (na participação-relâmpago de Meryl Streep) propõe que as ações de desobediência civil sejam mais efetivas.

e na música

Menos de um mês depois de a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara aprovar o Projeto de Lei (PL) 5.069, de autoria de Eduardo Cunha, que dificulta e limita o atendimento a vítimas de aborto, a cantora Clarice Falcão lançou o clipe Survivors (“sobreviventes”, em inglês). A letra da música conta como a vida de uma mulher ficou melhor depois do fim de um relacionamento abusivo.O clipe é inspirado no vídeo Não Tira o Batom Vermelho, da vlogueira Jout Jout. A versão brasileira do grupo Destiny’s Child mostra várias mulheres passando batom vermelho do jeito que bem querem. Survivors, disponível no canal de Clarice Falcão no YouTube deve fazer parte do álbum Problema Meu, que tem previsão de lançamento no início deste ano.

Arte africanaJ_D_OKHAI_OJEIKERE_foto_Le_Gogoro_or_Akaba_2008.jpg

A exposição AquiAfrica, em cartaz até 28 de fevereiro no Sesc Belenzinho, em São Paulo, reúne pinturas, fotos, desenhos, esculturas, vídeos e instalações sobre a África contemporânea. Treze artistas de diferentes gerações e vindos de 11 países da África Subsaariana abordam questões como imigração, xenofobia, consumo desenfreado, tradições culturais e os sistemas de poder vigentes naquele continente. Um dos destaques é a instalação Estrada para o Exílio, do camaronense Barthélémy Toguo. A obra é um barco de aproximadamente 8 metros que flutua sobre um mar de garrafas PET e que remete às embarcações de imigrantes que se arriscam no mar em busca de refúgio em outros países. De terça a sexta, das 13h às 21h, aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 19h, na Rua Padre Adelino, 1.000, (11) 2076-9700. Grátis.

indios_arara_foto_Nair_Benedicto.jpgPassado e futuro

A exposição Por Debaixo do Pano, da fotógrafa Nair Benedicto, apresenta 117 imagens que propõem uma reflexão sobre tribos indígenas, manifestações populares e desigualdade social. Em cartaz até 7 de fevereiro na Casa da Imagem e Solar da Marquesa de Santos, a mostra também apresenta dois registros audiovisuais feitos na década de 1980 pela agência F/4, que Nair assina como correalizadora, ao lado do Grupo Maria Bonita. Os vídeos Não Quero Ser a Próxima e O Prazer é Nosso abordam a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. A curadoria é de Diógenes Moura. De terça a domingo, das 9h às 17h, na Rua Roberto Simonsen, 136-B, ao lado do Pátio do Colégio, em São Paulo, (11) 3241-4238. Grátis.

Genuinamente brasileiraCapa_Livro_Pena_Branca_e_Xavantinho_foto_divulgacao.jpg

Foram 38 anos de carreira, 11 álbuns gravados e cinco prêmios Sharp. Este é o saldo da trajetória da dupla Pena Branca e Xavantinho, que acaba de ganhar livro escrito pelas jornalistas Eliana Pace e Sonnia Mateu. Pena Branca e Xavantinho – Cult para Sempre (Barbosa Lima Editores) documenta a importância da obra da dupla caipira para a música brasileira e evidencia como o talento, a percepção, as emoções e ideias deles contribuíram para a disseminação da verdadeira cultura de raiz. Além da história da dupla, o texto também traz depoimentos de Milton Nascimento, Chico Buarque, Ivan Lins, Caetano Veloso, Rolando Boldrin, Daniel, Almir Sater, Renato Teixeira, Sérgio Reis, Zuza Homem de Mello e Ivan Vilela, entre outros. À venda no site
www.barbosalimaeditores.com.br. R$ 50.

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