Morte aos 90 anos

Inezita Barroso, desbravadora da música e da cultura popular

Corpo da apresentadora, cantora, folclorista e pesquisadora será sepultado na tarde desta segunda-feira, em São Paulo

Luciano Piva/ (Arquivo) – Portal SESCSP

Inezita morreu quatro dias após completar 90 anos: internada no Sírio-Libanês, ela teve insuficiência respiratória

São Paulo – O corpo da apresentadora, cantora, folclorista e pesquisadora Inezita Barroso será sepultado hoje (9), às 17h, no Cemitério Gethsêmani, no Morumbi, zona sul de São Paulo. Ela morreu às 22h de ontem, quatro dias depois de completar 90 anos – internada no Hospital Sírio-Libanês, teve insuficiência respiratória aguda. O velório está sendo realizado na Assembleia Legislativa.

Ignês Magdalena Aranha de Lima, nome de batismo de Inezita, era paulistana da Barra Funda, um dos mais tradicionais bairros de São Paulo. Formada em Biblioteconomia, tornou-se por conta própria uma pesquisadora de música caipira e da cultura popular. Gravou mais de 80 discos. Famosa pelas gravações de Moda da Pinga e Lampião de Gás, ela também lançou Ronda, de Paulo Vanzolini, em 1953.

Segundo a família, ela já estava sedada e não chegou a saber da morte do cantor José Rico, na terça-feira passada (3). Ele era um dos participantes costumeiros do Viola Minha Viola, na TV Cultura. Inezita comandou o programa por mais de 30 anos.

Marta Barroso, filha de Inezita, declarou ao portal G1 que não foi por acaso que a apresentadora morreu no Dia Internacional da Mulher. “Ela foi muito guerreira e desbravadora. Numa época que mulher nem dirigia, ela tinha o carro dela e já ia pra Brasília, pra Bahia dirigindo.”

As redes sociais trouxeram várias manifestações em homenagem à artista. “Inezita, quantas saudades você me traz”, postou o apresentador Serginho Groisman, usando a letra de Lampião de Gás. “Tentamos gravar a grande Inezita no disco do Renan Inquérito, infelizmente ela estava doentinha já. Teria sido lindo. É mais uma saudade”, escreveu o cantor Emicida. “O maior exemplo de fidelidade e dedicação, para fortalecer as raízes de todos os segmentos artísticos culturais do Brasil”, disse Solimões, da dupla com Rio Negro. “Hoje perdemos nossa mais importante representante da verdadeira música caipira, nossa eterna Inezita Barroso”, afirmou o cantor Rick.