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Antes de assediar, sorria: você pode estrelar um documentário

Filme, que está em fase de captação no site de financiamento coletivo Catarse, buscará estabelecer diálogo entre vítimas, praticantes do assédio e especialistas no tema

Ilustração: Gabriela Shigihara/ Reprodução

Em menos de 24 horas, o projeto alcançou a meta de R$ 20 mil em doações no Catarse

São Paulo – Mulheres serem assediadas nas ruas já não é exatamente novidade para nenhuma delas. Mas isso não significa que fiquem contentes com isso, pelo contrário. Uma pesquisa da campanha Chega de Fiu Fiu, realizada em 2013, mostrou que 83% condenam desse tipo de abordagem.

A campanha, que promove diversas ações educativas para mudar esse cenário, está produzindo um documentário baseado nos dados da pesquisa e no Mapa Chega de Fiu Fiu. O trabalho está fase de captação no site de financiamento coletivo Catarse, com objetivo de trazer a público impressões de vítimas, de pessoas que praticam o assédio e de estudiosos do assunto. A produção terá entrevistas colhidas em São Paulo e imagens de ações flagradas nas ruas de diferentes cidades com microcâmera.

“Esperamos a partir desses registros e entrevistas com ativistas, especialistas, pessoas públicas e comuns entender as origens desse comportamento e buscar uma conscientização em favor do respeito pela mulher”, explica Camila Biau, diretora, produtora, editora de vídeo e uma das realizadoras.

Em menos de 24 horas, o projeto alcançou a meta de R$ 20 mil em doações no Catarse, mas as organizadoras ainda querem alcançar R$ 80 mil para garantir a realização e a distribuição do filme. “Acreditamos que esse alcance representa o empoderamento da mulher em uma sociedade sexista, misógina e machista”, diz Camila.

Já são mais de 320 apoiadores, até o momento. “O nome da campanha é Chega de Fiu Fiu e é exatamente isso o que está acontecendo, as mulheres não mais aceitam ser tratadas como objeto e estão levantando a cabeça para que essa prática, infelizmente naturalizada, seja eliminada”, completa a diretora. Ela espera que o filme se torne ferramenta para que o poder público e entidades sociais tomem iniciativas sobre essa violência de gênero.

Camila revela que as realizadoras da campanha ainda têm planos para o futuro. “Projetamos realizar de maneira totalmente gratuita para o público um ciclo nacional de workshops e palestras com temáticas da violência de gênero.” Elas também querem garantir exibições abertas do documentário, seguidas de mesas de debates, seminários e congressos. “Queremos nossa obra audiovisual como ferramenta de ativismo sócio-político.”

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