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Haddad e Caixa assinam convênio para reabertura do cine Belas Artes

Conjunto de salas na esquina da Paulista com a Consolação deve voltar a funcionar em quatro meses. Para secretário de Cultura, parceria mostra gestão 'comprometida em humanizar a cidade'

Heloisa Ballarini / Secom / PMSP

Convidados presentes à cerimônia de assinatura da parceria entre a prefeitura paulistana e a CEF

São Paulo – A reabertura do Cine Belas Artes, prevista para o final de maio, foi oficializada no início da noite de ontem (28), com a assinatura de parceria entre prefeitura de São Paulo e a Caixa Econômica Federal, na Praça das Artes, centro de São Paulo. Segundo o prefeito Fernando Haddad, a reinauguração das salas de cinema na esquina da Rua da Consolação com avenida Paulista “se insere num contexto maior” de sua gestão, para a qual a cultura deve ocupar os espaços públicos como disseminadora da cidadania.

O secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, afirmou que as salas vão “disponibilizar o acesso de alunos das escolas públicas a conviverem com o cinema”, que a sobrevivência do Belas Artes mostra “a prefeitura comprometida em humanizar a cidade” e que o mandato do atual prefeito “resgata uma cidade que estimula o espaço público como espaço da cultura”. A abertura de mais cinemas de rua e novas salas de teatro serão estimuladas, de acordo com o prefeito e o secretário.

Haddad disse, em coletiva à imprensa, que a parceria que viabiliza a manutenção do Belas Artes tem também o objetivo de incentivar a produção brasileira e que o município não investirá dinheiro. “A prefeitura entra com a SP Cine, que vai ter o direito de utilizar as salas de exibição para o cinema brasileiro e para os filmes produzidos pela própria empresa municipal. A SP Cine vai ter uma sala no Belas Artes, patrocinando o cinema brasileiro ou o que é produzido no Brasil.”

No final de dezembro, o prefeito sancionou a criação da SP Cine, agência municipal de fomento ao cinema na cidade, antiga reivindicação de produtores, diretores e atores paulistanos.

Pela parceria que permite a reinauguração do conjunto de salas de exibição que agora passa a chamar Cine Caixa Belas Artes, o banco federal vai investir R$ 11 milhões em 5 anos. Tanto Haddad quanto Juca Ferreira e André Sturm, diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS) e gestor do Belas Artes desde 2004, ressaltaram o significado de o investimento da Caixa Econômica ser oriundo de seu departamento de marketing, e não de patrocínio direto, o que demonstra a importância simbólica do Belas Artes para a cidade.

Trabalhadores com holerite e clientes da Caixa (com cartão de débito) pagarão meia entrada nas sessões.

“Nós entendemos que o nome Belas Artes é muito importante para a cidade, tem um valor em si mesmo. E qualquer empresa teria um benefício enorme por associar seu nome a alguma coisa que a cidade reconhecia como seu patrimônio cultural”, explicou o prefeito. No final de 2012, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, aprovou o tombamento do Cine Belas Artes.

De acordo com o prefeito, o número de paulistanos que se mobilizou pela recuperação do Belas Artes chamou a atenção da Caixa. Cerca de 30 mil pessoas assinaram um abaixo-assinado pedindo a reabertura das salas, fechadas há três anos.

Ele disse que, em decorrência da política cultural de sua gestão, “muita coisa está saindo do papel”, citando a criação da SP Cine, a revitalização dos Pontos de Cultura e eventos pontuais, como no Dia Nacional do Samba, em 2 de dezembro, quando o Teatro Municipal “recebeu pela primeira vez os decanos do samba”. Segundo Haddad, o Municipal dobrou o público de 60 mil ingressos vendidos em 2012 para 125 mil, em 2013.

Para Ferreira, a mobilização “fez com que fosse possível” que [o espaço do Belas Artes] não fosse  alvo da especulação imobiliária.

Rolezinhos

Fernando Haddad também falou à imprensa sobre a reunião, que acontece nesta quarta-feira (29), entre a prefeitura, o Ministério Público e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), para discutir os chamados rolezinhos – passeios coletivos de jovens da periferia organizados pelas redes sociais.

“Desde sempre percebi boa fé da parte dos organizadores [dos rolezinhos]. Sempre que ouvi e li, não havia nenhuma predisposição a colocar as famílias em pânico ou perigo ou causar constrangimento”, disse.

Segundo ele, a prefeitura tenta uma “mediação pacífica entre a associação de shoppings e os meninos, para que a gente consiga encontrar um caminho adequado, em que eles possam se encontrar sem causar tumulto ou turbulência no dia a dia do shopping”.

Afirmou que os CDCs [clubes comunitários da cidade] e os CEUs são espaços públicos sendo colocados à disposição da juventude pela prefeitura.

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