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‘Repare Bem’, vencedor de Gramado, abre projeto Cine Direitos Humanos

Documentário da portuguesa Maria de Medeiros, com apoio da Comissão da Anistia, tem pré-estreia marcada para as 21h desta segunda-feira em São Paulo

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Documentário narra a história de três gerações de mulheres ligadas ao guerrilheiro Bacuri,morto em 1970

São Paulo – O documentário “Repare Bem”, que ontem (17) foi eleito o melhor longa estrangeiro do Festival de Cinema de Gramado, será exibido amanhã (19) no lançamento do projeto Cine Direitos Humanos – uma parceria da prefeitura de São Paulo com o Espaço Itaú do shopping Frei Caneta, na região central da cidade. A exibição será às 21h.

Dirigido pela portuguesa Maria de Medeiros e produzido com apoio da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, dentro do projeto Marcas da Memória, “Repare Bem” narra o impacto da ditadura brasileira sobre três gerações de mulheres ligadas ao guerrilheiro Eduardo Leite, conhecido como Bacuri, que foi preso e assassinado pelo regime após dois meses de torturas, em 1970.

As sessões do Cine Direitos Humanos serão aos sábados pela manhã, com entrada gratuita, e começam em 7 de setembro. Uma vez por mês, a sessão será precedida de palestra com algum especialista ou autoridade na área de direitos humanos.

O primeiro filme a ser exibido o documentário “Nem Caroço, Nem Casca”, de Will Martins, que percorreu seis comunidades quilombolas do Maranhão para contar sua realidade atual e sua resistência para manterem vivas suas tradições culturais.

O filme mostra uma característica do projeto: alargar o conceito de direitos humanos, abordando temáticas diversas sob esta ótica. “É um projeto inédito no Brasil. Procura por meio da arte cinematográfica, trazer conteúdos para reflexão e ampliar o debate, para que os temas sejam refletidos à luz dos direitos humanos”, diz Sottili.

“O Espaço Itaú de Cinema nos procurou, por meio do deputado federal Adriano Diogo (PT-SP), e disse que gostaria de disponibilizar o cinema para ações da prefeitura, um ato importante deles. Então pensamos no projeto”, diz Rogério Sottili, titular da SMDHC.

A curadoria do Cine Direitos Humanos será feita pelo cineasta e produtor cultural Francisco César Filho, que tem em seu currículo a Mostra Internacional de Cinema e a Mostra Cinema e Direitos Humanos, organizada pelo governo federal.

Entre os já filmes escolhidos, que incluem longas nacionais e estrangeiros, está também “Descalço sobre a terra vermelha”, produção catalã e brasileira rodada no Araguaia que conta a vida do Dom Pedro Casaldáliga.