Revista do Brasil fala de impostos, homenageia dois brasileiros e relembra saga indígena

São Paulo – Imposto é uma palavra que causa desgosto a qualquer pessoa. A primeira lembrança é sempre a da “alta carga tributária” no Brasil. A tal carga consiste em […]

São Paulo – Imposto é uma palavra que causa desgosto a qualquer pessoa. A primeira lembrança é sempre a da “alta carga tributária” no Brasil. A tal carga consiste em mais de 60 tipos de taxas, impostos e contribuições, com destaque para o Leão da Receita Federal, que morde os assalariados todos os meses. A edição deste mês da Revista do Brasil questiona não o tamanho, mas o modelo, claramente injusto. A reportagem de capa aborda a discussão a respeito do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Projeto a respeito dorme na Câmara, à espera da chamada vontade política para destravar a discussão e, quem sabe, criar uma tributação que não tiraria o sono dos ricos e poderia auxiliar no combate à miséria, além de aumentar os recursos para a saúde pública.

Por falar em imposto, outra matéria aborda a chamada contribuição sindical, criação dos anos 1940 que corresponde, no caso do mercado formal, a um dia de trabalho por ano, sempre no mês de março – as empresas também recolhem o imposto, com base em seu capital social. A CUT reabriu a discussão sobre o fim do imposto sindical, criando um plebiscito nacional para que os trabalhadores possam opinar. A questão é controversa, como se poderia esperar no caso de valores que se aproximam dos R$ 2,5 bilhões ao ano.

A revista mostra dois brasileiros que se tornaram referência em suas áreas de atuação e pela contribuição ao debate sobre o desenvolvimento do país: o economista Paul Singer, que completou 80 anos em março, e o geógrafo Aziz Ab´Saber, “o descobridor de Brasis”, que morreu no dia 16 do mês passado.

O Brasil se redescobre também no filme Xingu, de Cao Hamburger, entrevistado desta edição. O filme, que acaba de ser lançado, reconta a história dos irmãos Villas Bôas a partir da expedição pelo sertão iniciada em 1944. Surgiria dali o famoso parque indígena da região, em 1961. Aos 51 anos, o parque é hoje uma “ilha verde” cercada pelo agronegócio.

Na cobertura internacional, um perfil de Stephen Lerner, ativista norte-americano e inspirador do Ocupe Wall Street, manifestação questionadora do poder financeiro. Ele faz uma avaliação crítica do movimento, ao dizer que “elegemos Obama e fomos dormir”. Mas as manifestações que tomaram as ruas de Estados Unidos e Europa plantaram sementes e continuam questionando as mazelas da globalização. Outra matéria fala dos portugueses, que acuados pela crise europeia, vêm ao Brasil em busca de oportunidades.

A edição fala ainda do país que nos aguarda em um futuro não muito distante, em 2030, quando um terço dos brasileiros terá 60 anos, com expectativa crescente de vida. E mostra pessoas que dedicam seu dia a dia ao cuidado com os idosos.

A Revista do Brasil traz ainda reportagens sobre Estocolmo, na Suécia, país com o melhor padrão de vida da Europa, com altos impostos e o Estado de bem-estar social. E um livro que mostra um pouco da história da fotografia na América Latina, além dos textos de Mauro Santayana, Laurindo Lalo Leal Filho e B. Kucinski – e Federico Fellini nas dicas.

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