Judas Priest e Whitesnake fazem epopeia metal no Anhembi

Fãs podem conferir as duas bandas tocando juntas neste domingo, no rio

Rob Halford, fundador e vocalista do Judas Priest: delírio incondicional dos fãs (Foto: ©MRossi/T4Fun/Divulgação)

São Paulo – As bandas de metal Whitesnake e Judas Priest fazem praticamente o mesmo show há vários anos, com os mesmos figurinos pretos de couro, com correntes, e quase não alteram as músicas do setlist. Porém, definitivamente, isso não faz a mínima diferença para os milhares de fãs que lotam pelo mundo os shows dela, ainda mais agora que estão próximas da aposentadoria, e não foi diferente nesse sábado, 10 de setembro, na Arena Anhembi, em São Paulo.

Para quem nunca os havia visto ao vivo como eu, foi um espetáculo que dificilmente sairá da memória, em função da qualidade da performance dos músicos veteranos e da teatralidade do espetáculo, muito bem ensaiado. Sem dúvida, uma verdadeira aula de heavy metal. A apresentação conjunta acontece na noite deste domingo, 11 de setembro, no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, e depois segue para Belo Horizonte, na terça-feira, 13, no Chevrolet Hall; e para Brasília, no Ginásio Nilson Nelson, na quinta-feira, 15.

Com pontualidade britânica, David Coverdale e companhia entraram no palco às 20h, ao som do clássico “My Generation”, do The Who, tendo no fundo do palco apenas uma gigantesca bandeira com o símbolo da banda. A partir de então, foram sendo intercaladas canções mais conhecidas, como “Give Me All Your Love”, “Love Ain’t No Stranger” – primeiro momento de histeria coletiva – e “Is This Love”, e as do novo e recém-lançado álbum “Forevermore”, caso da faixa-título, “Steal Your Heart Away” e “Love Will Set You Free”.

Se Coverdale não rasga mais a voz como antes, ele ainda levanta seus fieis seguidores, usando a tradicional jaqueta preta e ao encerrar o show, abraçado à bandeira do Brasil, com o clássico “Burn”, da banda que o projetou e da qual foi vocalista de 1973 a 1976, o Deep Purple.

Poucos minutos separaram os shows de Whitesnake e Judas Priest, que também seguiu na mesma linha de repetir praticamente o mesmo setlist apresentado na Europa recentemente. Com direito a trecho do Hino Nacional dedilhado na guitarra e o vocalista Rob Halford abraçado com a bandeira do Brasil, a apresentação manteve o mesmo estilo teatral de sempre, com direito a várias correntes dependuradas como cenário e, acima delas, as tradicionais espadas de três pontas, ligadas a Exu; abuso na iluminação de tons fortes, principalmente nas cores vermelha e amarela; e vários momentos com labaredas de fogo no palco.

Pela quinta vez no Brasil, o Judas Priest manteve a tradição, com versões bem pessoais de “Diamonds & Rust”, sucesso da cantora norte-americana Joan Baez, e “The Green Manalishi”, de Fleetwood Mac; e sucessos como “Breaking The Law”, “Painkiller”, “Night Crawler” e “Victims of Change”. No final, Halford invade o palco com sua moto Harley-Davidson e, em cima dela, encerra o show com “You’ve Got Another Thing Coming”, para delírio dos milhares de presentes.

Do meu lado, um rapaz cabeludo, todo paramentado de jaqueta preta e corrente, dança e sacode a cabeça feliz da vida. “Eles tocam as mesmas músicas de sempre e levam todo mundo ao delírio, até porque ninguém tem mais paciência para ouvir músicas novas”, declara o economista Erich Tavares, de 37 anos. E o administrador Paulo Marchi, de 40 anos, parece completar extasiado: “O que acabamos de ver foi uma verdadeira aula de heavy metal”.

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