Erasmo Carlos festeja 70 anos em grande estilo

Uma festa de arromba. Ruas fechadas para a chegada do “rei” Roberto Carlos. Marisa Monte cantando com um enfeite vermelho na cabeça. Wanderléa ovacionada pela plateia e levantando-se para agradecer. […]

Uma festa de arromba. Ruas fechadas para a chegada do “rei” Roberto Carlos. Marisa Monte cantando com um enfeite vermelho na cabeça. Wanderléa ovacionada pela plateia e levantando-se para agradecer. Paula Toller cantando animada na plateia. Zelia Duncan observando tudo atentamente.  Nelson Motta caminhando sorridente. E Carla Camurati, João Jardim e Dado Villa-Lobos aplaudindo de uma frisa posicionada em lugar de honra. Esse seria o novo cenário de um dos maiores clássicos da Jovem Guarda para descrever o show em comemoração aos 50 anos de carreira e 70 de vida do cantor e compositor Erasmo Carlos, realizado no lotado (além de totalmente reformado e recuperado) Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na noite de sábado (2).

Certamente esse foi um show para ficar na memória de quem assistiu e que se tornará um dos mais importantes registros históricos da música popular brasileira, quando for exibido pelo Canal Brasil e lançado em DVD. Um pouco nervoso, mas bastante contente com a homenagem, Erasmo Carlos não decepcionou a plateia e cantou todos os seus grandes sucessos, incluindo “Gatinha Manhosa”, a qual considerou indispensável para não deixar ninguém triste e insatisfeito.

O clima de surpresa começou com o incrível vídeo em que Erasmo Carlos aparece como uma sombra e com a voz transformada, como em noticiário policial, dizendo que “poderia estar roubando e matando”, para, em seguida, assumir ser viciado em rock and roll e mandar ver com “Jogo Sujo”, faixa que abre seu mais recente álbum e que se chama justamente “Rock’n’Roll”. A partir daí, vieram “Sou Uma Criança e Não Entendo Nada” e “Mesmo Que Seja Eu”.

Muito bem humorado, Erasmo Carlos brincou com o fato de comemorar “50 anos de carreira”, expressão, que segundo ele, não pega muito bem atualmente e, por isso, ele prefere trocar por “50 anos de estrada”. Brincou com o perfume de Marisa Monte, que cantou com ele “Mais Um Na Multidão” e “Se Você Pensa”; e com a elegância de Roberto Carlos, que devolveu dizendo que ele estava de marrom e brincando, talvez pela primeira vez em público, com o fato de sofrer de TOC (transtorno obsessivo compulsivo). Os dois cantaram três canções – “Parei na Contramão”, “É Preciso Saber Viver” e “Eu Sou Terrível”. Nessa hora, boa parte da plateia pediu a presença de Wanderléa no palco, mas não foi atendida.

Roberto Carlos entrou no palco chorando, após receber a denominada “singela homenagem” do amigo de vida inteira e parceiro em mais de 500 canções, que, com o auxílio do piano tocado pelo maestro José Lourenço, fez um pout-pourri de clássicos como “Detalhes”, “Café da Manhã”, “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, “Como É Grande O Meu Amor Por Você” e “Olha”, entre outras. Erasmo relembrou também o fato de o amigo ter comemorado os 50 anos de carreira no estádio do Maracanã. Há aqui, portanto, para refletir a respeito da dupla de compositores mais importante da música brasileira, capaz de encantar o seleto público do Teatro Municipal e a multidão do “maior estádio de futebol do mundo”.

Acompanhado de uma orquestra afinadíssima e de extremo alto astral, Erasmo Carlos seguiu o show brincando com expressões, como a imortalizada pelo ex-presidente Lula, “nunca antes na história desse país”, e emocionando com lindas e eternas canções como “Sentado à Beira do Caminho”, “Negro Gato”, “Mulher Sexo Frágil”, “Minha Fama de Mau”, “Lobo Mau”, “Quero Que Vá Tudo Para o Inferno” e “Vem Quente Que Eu Estou Fervendo”. Foi mais do que o suficiente para levar várias tietes da época da Jovem Guarda, hoje senhoras elegantes e bem comportadas, a até fazerem “air guitar”.

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