Músico australiano Colin Hay encerra turnê brasileira de lançamento do novo álbum

O músico Colin Hay se apresenta mais uma vez para o público brasileiro (Foto: © Divulgação) Líder da extinta banda australiana Men At Work, o vocalista Colin Hay está de […]

O músico Colin Hay se apresenta mais uma vez para o público brasileiro (Foto: © Divulgação)

Líder da extinta banda australiana Men At Work, o vocalista Colin Hay está de volta ao Brasil pela sétima vez e, nessa semana, termina uma excursão de quase um mês pelo país. Os três últimos shows acontecem nesta semana, em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. 

No repertório, estarão canções de seu décimo primeiro álbum solo, o recém-lançado “Gathering Mercury”, e antigos sucessos, como “Overkill”, “Down Under”, “Who Can It Be Now?”, “Everything I Need”, “It’s a Mistake”, “Be Good Johnny” e “Into My Life”. Na semana passada, ele conversou com a Rede Brasil Atual por telefone.

Acompanhe os principais trechos da entrevista.

 Esta é a sétima vez que você vem se apresentar no Brasil. Existe uma identificação entre você e o país?

Todos os anos me perguntam se eu quero voltar, mas nem sempre eu venho (risos). Seria demais. Mas eu acho que as pessoas daqui gostam muito do Men At Work e querem ouvir as canções da banda. Então para mim é legal, pois volto no tempo e vejo que todos também querem fazer o mesmo.

Nos Estados Unidos, as pessoas estão interessadas em ouvir as canções novas dos 11 álbuns solo que lancei nos últimos 20 anos. Lá, como em várias outras partes do mundo, o Men At Work já fez parte da história, mas não faz mais. Eu adoro as músicas antigas. Para mim, não há nada de errado com elas, mas fazem parte da minha vida de há 20 anos.

Nos shows no Brasil, você vai tocar as músicas do seu novo álbum, “Gathering Mercury”, ou os sucessos do Men At Work e da sua carreira solo?

Eu tocarei quatro músicas do meu álbum novo, mas o restante será as músicas do Men At Work.

O que você espera desses shows no Brasil e o que os fãs podem esperar deles também?

O que eu espero? Eu não espero nada (risos). Para mim, é mais um show. Eu estou com uma grande banda e tenho certeza que será bom. Mas eu não crio expectativas. E também acho que os fãs também não devem esperar nada, até para se surpreenderem. Se eles já forem esperando o que encontrarão como deixarão ser surpreendidos? (risos). Você não ficará desapontado. Confie em mim.

O que esse novo álbum, “Gathering Mercury”, possui de similar e de diferente com relação ao restante de sua carreira?

Eu não penso a respeito disso. Apenas faço os novos álbuns gravando as canções recentes que eu possuo. Nunca penso que vou fazer um álbum diferente do anterior (risos). As pessoas é que pensam sobre isso, mas, desculpe, não é importante para mim.

Você pensa algum dia viver no Brasil ou comprar uma casa aqui?

Nunca pensei a respeito disso, mas talvez. Quem é que sabe? (risos). Mas passar três semanas aqui para mim é o suficiente (risos).

Em 1996, o Men At Work realizou um álbum ao vivo no Brasil. É possível isso se repetir algum dia, em sua carreira solo?

Não acho possível. O que eu estou tentando no Brasil é trazer meus novos álbuns e fazer com que as pessoas os conheçam e não fiquem apenas ouvindo o que fiz há 20 anos.

É possível que o Men At Work se reúna novamente algum dia?

Não. Por quê? Isso não é possível para mim.

Houve uma época em que a música da Austrália fez grande sucesso, com bandas como Men At Work, Midnight Oil, INXS, Spy Vs. Spy, num estilo que ficou conhecido como “aussi rock”. Qual é a sua opinião sobre a música australiana atual?

Sinto muito, mas eu não conheço a música australiana atual. Eu acho que a Austrália possui uma música interessante, mas eu já vivo fora de lá há muito tempo.

 Men At Work também foi bastante associado à surf music. Você concorda? E como você vê o atual cenário desse tipo de música, com artistas como Jack Johnson.

Eu acho que as pessoas que vivem na costa, como na Austrália, no Brasil e na Califórnia, têm outro tipo de experiência e gostam de ouvir um tipo diferente de música para dirigir os carros, ficar por ali ou praticar o surf. Eu acho que essa é a conexão entre a música e o surf.

Também tem muito a ver com o que as pessoas fazem e descobrem quando jovens, e com o fato de elas serem mais divertidas na maioria dos lugares, como é o caso dos australianos. Eu gosto do Jack Johnson e vejo similaridades com o que fizemos. Mas nós éramos uma banda elétrica e ele toca violão acústico.

Muitas bandas dos anos 80 estão retomando suas carreiras e vindo ao Brasil, como Tears for Fears, Roxette e Erasure. Por que isso está acontecendo?

Acho que as pessoas precisam ganhar dinheiro também para manter suas casas (risos).   Eu não vejo nada errado com isso, porque as pessoas precisam viver, mas há artistas que voltam por várias outras razões, como porque querem fazer novas músicas e álbuns.

Mas por que esses artistas tem tanto interesse pelo Brasil?

Eu não sei o por quê. Por que? Eu te questiono sobre isso. Você pode questionar outras pessoas a respeito disso também.

Você conhece e tem interesse pela música brasileira?

Eu me interesso, mas não conheço muito os artistas modernos daqui. Alguém precisa apresentá-los a mim. Eu gosto dos artistas mais tradicionais, como Antonio Carlos Jobim e Gilberto Gil.

Qual tipo de música te interessa hoje?

Eu gosto de todos os tipos de música. Eu não tenho interesse por um tipo específico de música. Para mim, o que interessa é a música em geral.