‘O Noivo da Minha Melhor Amiga’ é original e diverte

Cena do filme “O noivo da minha melhor amiga” (Foto: Divulgação) São Paulo – Se há um gênero que precisa de renovação, é o das comédias românticas, geralmente um mar […]

Cena do filme “O noivo da minha melhor amiga” (Foto: Divulgação)

São Paulo – Se há um gênero que precisa de renovação, é o das comédias românticas, geralmente um mar de clichês que lhes rouba, não raro, boa parte da graça e do romance. Então, o esforço feito pelo diretor Luke Greenfiled para buscar um pouquinho de originalidade em “O Noivo da Minha Melhor Amiga” pode ser elogiado, ainda que nem tudo tenha dado certo.

Sem dúvida, é um avanço na carreira do diretor Greenfield, que tem no currículo os fraquinhos “Um Show de Vizinha” (2004) e “Animal” (2001).

A partir do roteiro de Jennie Snyder, baseado num livro de Emily Giffin, desenvolve-se a trama do trio principal, as amigas de infância Rachel (Ginnifer Goodwin) e Darcy (Kate Hudson) e o noivo de Darcy, Dex (Colin Egglesfield). Dex era colega de Rachel na faculdade de Direito e ela era caidinha por ele. Mas quando a exuberante e mais agressiva Darcy o conheceu, fisgou o rapaz e marcou o casamento.

Justamente quando os preparativos do casamento entram na reta final é que o imbróglio se desenrola. A mal-disfarçada atração entre Rachel e Dex (ele também estava de olho nela) acaba saindo do controle. Na festa de aniversário de 30 anos de Rachel, os dois beberam, se soltaram e rolou uma noite de amor.

No dia seguinte, ninguém sabe o que fazer. Na dúvida, nenhum dos dois está a fim de contar nada a Darcy. Dex acha uma desculpa para o seu sumiço a noite toda e a vida segue. Os sentimentos divididos, bem como a culpa, não saem da cabeça do noivo e da melhor amiga da noiva.

Contando com um galã, Colin Eggsfield (da série “Melrose Place”), que é quase um clone de Tom Cruise, e uma Kate Hudson cada vez mais parecida com a mãe, Goldie Hawn – embora com um veneno diferente no jeito de fazer humor -, o filme se ressente um pouco da camisa-de-força de bondade excessiva que resolve vestir na pobre Rachel – aturando como uma candidata a santa todos os excessos invasivos da amiga que, a bem da verdade, roubou-lhe o namorado bem no dia de seu primeiro encontro de verdade.

O filme não se livra, portanto, dessa espécie de código moral dúbio das comédias românticas de Hollywood, segundo o qual dormir com o noivo da amiga até pode – se ela não souber – mas dar-lhe umas duras, nunca.

Em compensação, alguns coadjuvantes movimentam a história com bastante personalidade. O melhor deles é John Krasinski (da série “Office”). Na pele de Ethan, amigo de Rachel que tenta injetar um pouco de auto-estima na moça, ele rouba a cena diversas vezes – uma das melhores, num jogo na praia.

Mas também têm seus momentos Claire (Ashley Williams), uma assanhada crônica que tenta de todo jeito conquistar Ethan. Para livrar-se desta marcação, ele até finge ser gay, o que rende algumas sequências divertidas.

Outro que marca sua presença é Marcus (Steve Howey), um amigo de Dex, típico cafajeste profissional e baixaria, que joga seu pseudo-charme grosseiro para toda mulher que se aproxime – Rachel é uma de suas vítimas, com apoio da amiga Darcy, que acha que ela está solitária demais.

Muitas idas e vindas se processam até a decisão final sobre o casamento. Alguns dos desdobramentos são até um pouco mais sérios do que a média das comédias românticas. A personagem de Kate Hudson, especialmente, tem nuances meio inesperadas na parte final.

Veja o trailer do filme:


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Fonte: Reuters