Journey faz São Paulo gritar em show

Sem contar com muitos efeitos e pirotecnias, cenários grandiosos e iluminação requintada, a banda esbanjou grande alegria de estar no palco e, com isso, conseguiu contagiar um público poucas vezes […]

Sem contar com muitos efeitos e pirotecnias, cenários grandiosos e iluminação requintada, a banda esbanjou grande alegria de estar no palco e, com isso, conseguiu contagiar um público poucas vezes visto no Via Funchal (Foto: Stephan Solon/Via Funchal)

São Paulo – Se o único show realizado pela banda de rock norte-americana Journey no Brasil, na noite de quarta-feira (30), no Via Funchal, em São Paulo, pudesse ser resumido em uma palavra seria “scream”, que pode ser traduzida como “grite”. Ela foi uma das poucas ditas pelo atual vocalista Arnel Pineda em cerca de uma hora e meia de show. A energia da apresentação ficou principalmente em função da maestria do equilíbrio de grandes sucessos que tornaram o grupo conhecido, com músicas do álbum mais recente, “Eclipse”, com lançamento previsto para este ano.

Com cerca de meia-hora de atraso, o show começou com o sucesso “Separate Ways”. Em seguida, veio outros hits, como “Only The Young”, tema do filme “Em Busca da Vitória”, de 1985; “Stone in Love”, “Lights”, “Open Arms” e “Wheel in the Sky”. Não ficou de fora, claro, as mais aguardadas da noite, “Faithfully” e “Don’t Stop Believin’”, que voltaram a fazer grande sucesso depois de aparecerem no seriado “Glee”, da Fox. Não era grande surpresa, portanto, ver na plateia pessoas de diferentes faixas etárias, principalmente de 20 a 40 anos. O bis praticamente emendado ao show contou com “Anyway You Want It”, incluída na trilha do filme “As Panteras – Detonando”; e “Who’s Crying Now”.

Sem contar com muitos efeitos e pirotecnias, cenários grandiosos e iluminação requintada, a banda esbanjou grande alegria de estar no palco e, com isso, conseguiu contagiar um público poucas vezes visto no Via Funchal. Apesar de alguns momentos um pouco mortos, principalmente nos solos dos músicos, a plateia respondeu a altura, batendo palmas e mais berrando do que propriamente cantando os sucessos da banda. Um fã, na casa dos 40 anos, declarava: “Esse show é de arena, para grandes espaços”. O som não correspondeu muito à potência sonora aguardada.

Usando uma camiseta verde escrita “Brazil”, o vocalista Arnel Pineda correu o tempo inteiro pelo palco, agitou a plateia e provou porque foi selecionado pelos outros integrantes a partir de um cover descoberto no Youtube. A voz dele realmente lembra muito a do mais célebre vocalista Steve Perry. O guitarrista Neal Schon, com seus solos num instrumento azul, e o baixista Ross Valory, os únicos restantes da formação original de 1973, já esbanjavam mais as marcas de tanto tempo de estrada. Por sua vez, o tecladista Jonathan Cain, na banda desde 1980, e o baterista Deen Castronovo, incluído em 1998, se arriscaram em solos dos instrumentos, sendo que o segundo também cantou “Keep on Runnin'” e a balada “Mother, Father”, apresentada na parte mais romântica do show, com “City of Hope”, “Lights” e “Open Arms”.

O show do Journey convenceu mais pela vitalidade esbanjada, tanto pela banda como pelo público, do que propriamente pela qualidade do som. Com um setlist bastante equilibrado e pouco cansativo, o que ficou comprovado é que não há necessidade de grandes pirotecnias e requintes cenográficos quando o mais importante é se divertir e escutar os grandes sucessos de uma banda que, graças à televisão, conquistou agora uma nova geração de fãs.