Iron Maiden repete fórmula e sucesso em show no Morumbi

O baixista e líder do Iron Maiden, Steve Harris, durante apresentação da banda em São Paulo (Foto: Marcos Hermes/Divulgação) São Paulo – De um show do Iron Maiden, uma das […]

O baixista e líder do Iron Maiden, Steve Harris, durante apresentação da banda em São Paulo (Foto: Marcos Hermes/Divulgação)

São Paulo – De um show do Iron Maiden, uma das mais famosas bandas de heavy metal do mundo, com mais de três décadas de estrada, não se deve esperar grandes novidades e nem é isso o que o público deseja.

Com presença maciça de roqueiros veteranos, mas também de novos curtidores das grandes estrelas do heavy metal, certamente acostumadas a ouvir desde criança os discos dos país (e avôs), o Morumbi recebeu cerca de 55 mil pessoas, na noite de sábado (26).

E o público se deleitou mais uma vez com tudo aquilo com que já se acostumou – e esperava – ver no palco. Mesmo assim, a plateia demorou um pouco a se empolgar, devido à quantidade de músicas do álbum novo, “The Final Frontier”, que compuseram de um quarto do total de canções apresentadas, concentradas no início do espetáculo.

Com pontualidade britânica, o show começou às 21h, ao som de “Doctor Doctor (intro by UFO)” e, em seguida, foram mostradas imagens do videoclipe “Satellite 15… The Final Frontier”, quando a banda finalmente pisou no palco. A primeira manifestação de delírio dos fãs foi com o clássico de 1984, “2 Minutes to Midnight”. O mesmo se repetiu com “Dance of Death” e “The Trooper”.

Como sempre, a presença do mascote Ed foi bastante aguardada e não decepcionou. Durante a canção “The Evil That Man Do”, um bonecão caminhou pelo palco e até ameaçou tocar guitarra. Porém, a novidade – não para quem já tinha acompanhado essa turnê ou visto as imagens em outros lugares – foi a de um Ed totalmente estilizado e gigantesco, mexendo a cabeça e abrindo e fechando a boca, apresentado no sucesso “Iron Maiden”. Ele também apareceu várias vezes no telão posicionado no fundo do palco, ao lado de uma espécie de castelo cenográfico.

Outras imagens também ajudaram a reforçar a apresentação de algumas músicas, assim como a iluminação baseada nas cores verde, amarela, roxa e vermelha. Esse foi o caso de “The Number of the Beast”, que abriu o bis, contou com um diabo cenográfico no palco, movimentando a cabeça e com os olhos vermelhos, e foi seguida pelas não menos famosas “Hallowed by the Name” e “Running Free”.

O baixista Steve Harris tocou o tempo todo com a camiseta oficial da banda. Enquanto o baterista Nicko McBrain foi acompanhado o tempo todo de um ursinho de pelúcia em cima da bateria, os três guitarristas, Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers, também levaram os metaleiros ao delírio com fortes e surpreendentes solos.

Para quem não é exatamente admirador de heavy metal, chamou a atenção a energia e o prazer de estar no palco demonstrado pelo vocalista Bruce Dickinson, de 52 anos. Vestindo um gorro e uma camiseta rasgada, ambos pretos, ele deu saltos mortais, subiu e desceu da parte mais elevada do cenário, correu e interpretou as canções gesticulando com os braços e as mãos. O momento em que ele entra vestido de soldado, carregando uma imensa bandeira da Grã-Bretanha foi daqueles momentos que ficam para sempre na memória de quem esteve lá para ver.

Dizendo várias vezes o nome da capital paulista, Bruce Dickinson questionou, a certa altura, se o público iria à missa de domingo de manhã e sugeriu, então, que aproveitassem para se divertir. Já a canção “Blood Brothers” ele dedicou às vítimas dos acontecimentos políticos e climatológicos recentes. Ou seja, os mortos do Japão, da Nova Zelândia, da Síria e da Líbia.

Para a editora de música do portal Yahoo!, Juliana Destro, fã da banda desde criança e que já assistiu a quatro shows, essa apresentação do Iron Maiden foi idêntica às outras. Basta observar que o setlist foi o mesmo apresentado há algumas semanas no Peru e que as aparições do Ed foram nas mesmas músicas de sempre. “Se tivesse a opção, eu não veria esse show, exatamente por já saber tudo o que vai acontecer”, argumentou. Um pouco mais atrás, outra garota reclamava o fato de as canções do novo álbum serem parecidas demais umas com as outras.

De todo modo, para quem nunca havia visto o Iron Maiden em ação, ao vivo, foi uma experiência surpreendente e, após o show, os outros presentes pareciam bem satisfeitos com o que viram. A agenda da banda no Brasil prevê ainda shows no Rio de Janeiro (nesta segunda (28)),  Brasília (30), Belém (1 de abril), Recife (3) e Curitiba (5).