‘Como Treinar seu Dragão’ mostra novo bicho de estimação

(Foto: Divulgação) São Paulo- Esqueça lagartos ou iguanas. Cães e gatos, então, não têm a menor chance. A moda agora será ter o seu próprio dragão de estimação — ao […]

(Foto: Divulgação)

São Paulo- Esqueça lagartos ou iguanas. Cães e gatos, então, não têm a menor chance. A moda agora será ter o seu próprio dragão de estimação — ao menos se você for uma criança viking.

Esses seres mitológicos, gigantescos e perigosos ganham ares de criaturas fofinhas na animação “Como Treinar o seu Dragão”, que estreia em cópias convencionais (dubladas e legendadas), e apenas dubladas em 3D e IMAX (estas últimas, apenas em um cinema em São Paulo e outro em Curitiba).

Baseada numa série de livros de Cressida Cowell, a animação dirigida por Dean DeBlois e Chris Sanders (a mesma dupla de “Lilo & Stitch”) parece o primeiro longa de uma franquia que tem tudo para uma vida longa se agradar ao seu público-alvo: meninos ávidos por aventuras. Embora existam algumas personagens femininas, o universo aqui é dos vikings do sexo masculino, grandalhões, barbudos e com chifres pontiagudos em seus elmos.

Os vikings-mirins são educados para substituir seus pais na batalha contra os grandes dragões que assolam a Ilha de Berk, onde o grupo mora — um lugar antigo, mas com casas novas que são reconstruídas após sucessivos ataques. É impossível exterminar os animais pois, para isso, seria necessário saber onde fica o seu ninho.

Soluço (na versão original, dublado por Jay Baruchel, de “Uma Noite no Museu 2”) é o filho do chefe da tribo Stoico, O Imenso (Gerard Butler, de “Gamer”), mas não leva o menor jeito para ser um grande viking. Pequeno e desajeitado, o garoto não tem o porte físico para enfrentar dragões, como seu pai.

Como toda boa animação voltada para o público infanto-juvenil, “Como Treinar o seu Dragão” mostra que as aparências enganam e que se Soluço olhar bem para dentro de si mesmo irá descobrir tudo de que é capaz. Se, por um lado, a história do longa não inova e é possível prever o final sem esforço, por outro, o visual e a forma como a narrativa se desenrola dão conta de espantar o tédio.

É bom saber que, embora para leigos dragões sejam todos iguais, existem vários tipos diferentes. Um deles é capaz de lançar água fervendo em seus inimigos, ao invés da tradicional chama. Outros, por sua vez, possuem duas cabeças, e cada uma com uma função diferente. O que o Manual dos Dragões não ensina, e Soluço irá descobrir sozinho, é que essas criaturas assustadoras podem ser dóceis, amigáveis e companheiras.

A jornada de Soluço começa quando ele captura um temido dragão do tipo Fúria da Noite. Como o garoto não tem coragem de matar o animal, laços de amizade nascem entre os dois — mas isso ainda é um segredo, que o menino guarda muito bem, pois sabe que a descoberta do dragão colocará em risco a vida do animal, a quem dá o nome de Banguela.

Aos poucos, Soluço descobre como domar um dragão sem feri-lo, ou muito menos matá-lo. Torna-se uma celebridade na aula de Treino com Dragões e, posteriormente, um ídolo em sua ilha. Quando seu pai volta de viagem, espanta-se com a novidade, mas só tem a comemorar.

A partir de então, o filme facilmente estabelece seus temas e aprofunda o perfil de seus personagens, como Astrid (America Ferrera, de “Quatro Amigas e um Jeans Viajante”), uma menina corajosa, melhor aluna do Treino com Dragões, e os gêmeos Cabeçaquente (Kristen Wiig, de “A Era do Gelo 3”) e Cabeçadura (T.J. Miller, de “Cloverfield – Monstro”).

O formato 3D é bastante bem aproveitado no filme — especialmente nas cenas de voo dos dragões, nas quais o público terá a sensação de estar voando na garupa de um deles, ao lado de Soluço. Não é a toa que, especialmente pelo uso da luz, o filme tem um visual bastante caprichado, deixando clara a assinatura do renomado diretor de fotografia Roger Deakins (“O Leitor”, “Um Homem Sério”), que assina como consultor.

Fonte: Reuters

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