‘Pacto Secreto’ tenta suspense com poucas ideias originais

Além da história fraca, o filme ainda tem um outro problema: não decide se quer seguir o caminho do suspense ou da comédia

(Foto: Divulgação)

São Paulo – Belas garotas em trajes mínimos, jovens muito bêbados e abundantes referências ao sexo. Suposto remake de “The House on Sorority Row” (1983), “Pacto Secreto”, de Stuart Handler, tem como principal fonte “inspiradora” o universo adolescente. No entanto, as
questões em torno das quais gira o filme não incluem conflitos, descobertas ou incertezas; aqui a ordem é entorpecer-se e, com sorte, acabar na cama de alguém. O filme estreia em circuito nacional.

O plot é simples e pouco original. No comando da fraternidade feminina Theta Pi, estão Jessica (Leah Pipes), Claire (Jamie Chung), Chugs (Margo Harshman), Cassidy (Briana Evigan), Ellie (Rumer Willis, filha de Bruce Willis e Demi Moore) e Megan (Audrina Patridge).

Durante uma festa, Megan decide vingar-se do ex-namorado Garrett (Matt O’Leary), que a traiu. Junta as amigas e prega-lhe uma peça, fazendo-o crer que está morta.

Desesperado, o rapaz propõe que chamem a polícia mas as garotas convencem-no de que a melhor opção é seguirem até um lugar ermo e abandonarem o corpo. Acontece que, por um golpe do destino, Megan acaba realmente morrendo e o que era uma suposta brincadeira adquire contornos macabros.

Além da história fraca, “Pacto Secreto” ainda tem um outro problema: não decide se quer seguir o caminho do suspense ou da comédia, ao juntar trilha angustiante em excesso e algum sangue a comentários sarcásticos e escatologias recorrentes. Não faz bem nem um, nem outro.

É previsível e não sustenta a tensão do espectador mais adulto. Tem, no entanto, um único bom momento – aquele em que Megan realmente morre. Só que a sequência dura alguns poucos minutos e o resto é puro tédio.

O longa é um suspense genérico que poderia, muito bem, ter sido criado por programas de computador, onde se escolheria alguns personagens estereotipados, um cenário comum, uma arma para o crime e uma máscara.

Após um clique, tem-se um história enlatada e reproduzível. Se a tecnologia evoluir a esse ponto, produções como “Pacto Secreto” estão fadadas a desaparecer, pois o adolescente que consome tão rápido quanto esquece nunca mais ia pagar por ingressos de cinema. Enquanto
isso não acontece, Hollywood fatura bastante com mais um produto tão industrial quanto superficial.

Fonte: Reuters

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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