Repentistas pedem a Lula espaço para o cordel na TV pública

Presidente mostrou simpatia pela ideia; durante lançamento do plano de formação de professores, afirmou que não haverá mais um livro com dois Paraguais no mapa

Presidente Lula sugeriu ao ministro Romero Jucá que avalie a reivindicação dos artistas populares (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Brasília (Agência Brasil) – Na abertura do 1º Encontro Nordestino de Cordel, nessa quinta-feira (28) escritores populares e repentistas pediram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a inclusão do cordel na programação da TV pública. Lula mostrou simpatia pela ideia e determinou ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, que avalie a reivindicação.

“Juca, bem que poderia ter uma hora na TV pública para apresentar o cordel”, disse Lula, após ouvir um cordel dedicado ao presidente da República, feito pelo poeta Crispiniano Neto.

A lista de pedidos dos representantes de cordel incluía também o reconhecimento da literatura de cordel como patrimônio cultural imaterial, a regulamentação da profissão de poeta popular e o desconto no Imposto de Renda para quem patrocinar publicações de cordel.

Organizado pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do Distrito Federal e Entorno (Acrespo), o encontro continua até esta sexta-feira (29), no teatro da Caixa Econômica Federal, em Brasília.

Plano de educação

Antes de participar do evento, Lula lançou o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica. O presidente disse que os investimentos feitos na área educacional são o “pontapé extraordinário” para melhorar o ensino público. Segundo ele, seu governo tem feito mais pela educação do que fizeram os governos de 30, 40 anos atrás.

Lula disse ainda que seu sucessor terá que fazer mais, porque a população já aprendeu a cobrar qualidade no ensino público. “Vocês nunca mais vão ver neste país um mapa com dois Paraguais. Nunca mais. Se alguém fizer errado, o MEC tem que corrigir”, afirmou.

Em março, cerca de 500 mil livros destinados a estudantes da rede pública de São Paulo mostravam o Paraguai duas vezes no mapa da América do Sul. A Fundação Vanzolini, responsável pelo livro, informou que uma falha de diagramação provocou o erro.

O plano prevê a oferta de 330 mil vagas extras em 90 universidades públicas para formação de docentes que já trabalham na rede pública de ensino e não têm curso superior.