futebol e política

Após protestos de palestinos, jogo entre Argentina e Israel é cancelado

Atletas da seleção se reuniram com o presidente da associação de futebol e mostraram que não queriam jogar em Jerusalém

Javier Garcia Martino

Messi recebeu uma carta assinada por 70 crianças palestinas fazendo um apelo para ele não ir a Jerusalém

São Paulo – A seleção argentina de futebol cancelou o amistoso contra Israel, em Jerusalém, marcado para o próximo sábado (9). A decisão foi confirmada na noite desta terça-feira (5) pela Associação de Futebol Argentino (AFA). Nos últimos dias, o movimento pró-Palestina pediu para que os argentinos não participassem da partida, programada para ser disputada em Jerusalém.

De acordo com o diário esportivo As, os atletas da seleção se reuniram com o presidente da AFA, Claudio Tapia, e mostraram que não queriam o amistoso. No último domingo (3), Messi, craque da equipe, recebeu uma carta assinada por 70 crianças palestinas fazendo um apelo para ele não ir a Jerusalém. “Foi feito o correto”, afirmou o atacante argentino Gonzalo Higuaín.

A reação do movimento ocorre após o presidente norte-americano, Donald Trump, instalar a embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, retirando-a de Tel-Aviv. Segundo os palestinos, a cidade foi ocupada de forma violenta pelos israelitas. 

A ideia do amistoso em Jerusalém não agradou à Associação de Futebol da Palestina, que também enviou uma carta de protesto à AFA. A entidade não condena a realização do amistoso, mas a escolha do estádio em Jerusalém. “É uma decisão que no contexto atual a associação rechaça e condena. O campo obrigatório para esta partida era Haifa”, critica o texto.

Com o jogo cancelado, Jorge Sampaoli, treinador da Argentina, vai solicitar um novo amistoso, dessa vez em Barcelona, onde a seleção se prepara para a Copa do Mundo, antes de viajar para Rússia. O adversário, ainda segundo o As, pode ser Moldavia, Liechtenstein ou Andorra.