rússia 2018

Árbitro de vídeo estará disponível nesta Copa do Mundo. Saiba como funciona

São quatro os tipos de lance que podem ser revistos e, se for o caso, revertidos com auxílio da arbitragem remota: gols, pênaltis, cartões vermelhos e erros de identidade

Lucas Figueiredo/CBF

Jogadores da seleção recebem aula sobre o VAR com o ex-árbitro Wilson Luís Senem

São Paulo – A Copa do Mundo da Rússia, oficialmente aberta nesta quinta (14), é a primeira edição do principal torneio de futebol entre seleções nacionais a adotar o sistema de árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês para video assistant referee). O sistema é composto por um conjunto de câmeras que transmitem as imagens para uma sala instalada dentro do estádio, mas afastada do campo, onde uma equipe que integra a comissão de arbitragem da partida poderá  rever as jogadas e prestar assistência ao juiz, em caso de lances duvidosos.

Embora seja majoritariamente vista com bons olhos, a tecnologia ainda não é uma unanimidade dentro do mundo do futebol. Razão pela qual a Federação Internacional de Futebol (Fifa), entidade organizadora do Mundial de seleções, afirmou que espera que o VAR atue apenas para dar suporte às decisões do árbitro em campo e seja utilizado o menos possível. Foram 13 os árbitros de vídeo selecionados pela Fifa para a Copa, entre eles o brasileiro Wilton Pereira Sampaio.

“Não é o VAR que vai apitar o jogo. O juiz da partida é quem toma as decisões e essa atitude deve ser mantida. Só em situações complicadas e que se deverá utilizar a tecnologia”, afirmou o suíço Massimo Busacca, chefe de departamento de arbitragem da Fifa. 

São quatro os tipos de lance que podem ser revistos e, se for o caso, revertidos com auxílio da arbitragem remota: gols, pênaltis, cartões vermelhos e erros de identidade (leia abaixo). Apenas em decisões que exijam interpretação da regra é que o árbitro de campo poderá solicitar ajuda da tecnologia. Nesse caso, ele deverá se dirigir a um monitor que ficará localizado ao lado do gramado, para rever a jogada sob os vários ângulos disponíveis e consultar os assistentes.

O recurso ao vídeo pode ocorrer a pedido do árbitro (em caso de dúvidas), ou dos assistentes, caso estes observem um lance duvidoso que não tenha sido marcado, ou cuja marcação tenha deixado dúvidas. Neste caso, um sistema de comunicação é utilizado para avisar o juiz, que pode ou não paralisar a partida para rever o lance. Nem jogadores nem técnicos podem solicitar a revisão.

Se aceitar conferir as imagens, os assistentes mantêm a comunicação com o árbitro e a ele transmitirão suas conclusões sobre o lance. A decisão final, porém, caberá somente ao árbitro principal, mesmo que esta contrarie o parecer do pessoal de vídeo.

Dois jogadores da seleção brasileira que disputa o mundial já conhecem o funcionamento do VAR, o goleiro Alisson e o atacante Douglas Costa, que jogam na Itália, uma das ligas europeias que já adotaram o recurso. “O VAR vem para somar, vai ajudar na Copa. Tive experiência na Itália e deu muito certo, com margem de erro muito baixa, de menos de 1%. Vai ajudar nos lances em que o árbitro está em dificuldade, como lances muito rápidos. Lógico que a paralisação do jogo incomoda, mas isso aumenta a chance de acerto e deixa o jogo mais justo e sem erros”, afirmou o goleiro titular da seleção brasileira em entrevista coletiva, em Sochi, onde a seleção se prepara para os jogos da primeira fase.

Confira os lances que poderão ser decididos pelo VAR:

Gols

Segundo a FIFA, o VAR deve “ajudar o árbitro a determinar se houve alguma infração que impeça de validar o gol”, o que inclui análise das condições de impedimento.

Pênaltis

Os assistentes de vídeo podem apoiar o árbitro de campo a tomar a decisão correta ao se marcar ou não um falta cometida dentro da grande área.

Cartões vermelhos

Em caso de dúvida sobre a seriedade de uma falta, o VAR pode garantir que o jogador que a tenha cometido receba a merecida punição.