sem alternativas

Ambulantes da Feira da Madrugada de SP protestam contra interdição pela prefeitura

Com previsão de fechar o galpão no Brás para reforma no dia 9, trabalhadores querem garantia de Fernando Haddad sobre data do término das obras e sobre local para funcionamento provisório

A queixa dos comerciantes é de que a prefeitura criou incerteza sobre a continuidade do trabalho (Foto: Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress)

São Paulo – Trabalhadores ambulantes protestaram hoje (3) em frente à sede da Prefeitura de São Paulo contra a proposta de interdição da Feira da Madrugada, no bairro do Brás, para reformas. No dia 30 de abril o prefeito Fernando Haddad (PT) assinou um decreto que prevê a desocupação do local até o dia 9 deste mês.

Cinco representantes dos ambulantes foram recebidos pelo secretário de Governo, Antonio Donato, para discutir sobre a proposta da gestão municipal, que estuda um novo local para instalar os comerciantes durante as obras. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, às 19h o prefeito fará uma audiência com representantes dos ambulantes para tratar do assunto.

A área onde funciona a feira, um galpão com 137 mil m², pertence ao governo federal e foi cedida à prefeitura. No dia 19 de abril a Justiça determinou, em uma ação movida pela Comissão Permanente de Ambulantes da Feira da Madrugada, que o município tem obrigação em relação a segurança, manutenção, fornecimento de água e energia elétrica e limpeza do local.

O coordenador da Comissão Permanente de Ambulantes da Feira da Madrugada, Gilson Roberto de Assis, afirmou que espera que Haddad defina uma data para concluir os reparos e um outro local para a realização da feira neste período. “Nós somos a favor da reforma, mas não podemos ficar na incerteza em relação ao nosso trabalho”, disse. Segundo Assis, o objetivo do protesto é conseguir uma audiência com o prefeito para discutir assunto. De acordo com o coordenador da comissão, na feira trabalham cerca de 25 mil pessoas.

De acordo com informações da prefeitura, o objetivo da reforma é evitar a ocorrência de acidentes por conta da falta de segurança, de equipamentos de combate a incêndio e da concentração de material inflamável no local. Segundo a administração, os cerca de 4 mil ambulantes que atuam na feira serão cadastrados.