Plano de metas de São Paulo deve priorizar combate à desigualdade

São Paulo – O Plano de Metas para a cidade de São Paulo, que será apresentado em evento organizado pela prefeitura agendado para o dia 26 de março, deve ter […]

São Paulo – O Plano de Metas para a cidade de São Paulo, que será apresentado em evento organizado pela prefeitura agendado para o dia 26 de março, deve ter como prioridade reduzir a desigualdade na cidade, prevendo ampliação do acesso à saúde, à educação e à cultura, como afirmou o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

“Os indicadores entre as regiões mais ricas e pobres são muito diferentes. Há uma distância muito grande na qualidade de vida de uma parte da cidade, que tem muitas carências e ausência de equipamentos públicos”, avaliou. “Está na origem do problema da mobilidade: as pessoas, para terem acesso ao trabalho, ao lazer, à cultura, à educação e à saúde têm de se deslocar muitos quilômetros; e esta é a origem também da violência, pois a juventude não tem acesso às atividades culturais, de esporte e de lazer.”

O prefeito Fernando Haddad já afirmou que as áreas prioritárias do Plano de Metas serão aquelas já definidas no seu plano de governo, “sobretudo habitação, transporte público, saúde e educação”, disse. “É um plano municipal, mas que tem como pano de fundo a nova federação que nós queremos construir. São Paulo não se vê mais como uma cidade isolada, nem no estado nem no país.”

Até o documento ser oficialmente apresentado serão feitas audiências publicas, para incluir sugestões da população. Na terça-feira (26), está marcada uma apresentação prévia do plano para o Conselho da Cidade, que reúne representantes de organizações não-governamentais, movimentos sociais e artistas. 

Controle social

Uma das grandes expectativas do coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo é que o novo plano permita maior controle social do cumprimento das metas. “O acompanhamento na gestão [Gilberto] Kassab (PSD) por parte da sociedade civil ficou muito difícil. Houve pouca prestação de contas públicas. O que a gente espera dessa gestão é que seja um processo mais aberto e transparente.”

De acordo com ele, Haddad sinalizou passos importantes para ampliar a participação social no plano de metas, como retomada do Conselho da Cidade e dos conselhos das subprefeituras. Ele ressalta que é imprescindível que a população tenha acesso a informações como o número de pessoas esperando uma cirurgia na fila do SUS, as creches que estão sendo construídas e os equipamentos públicos disponíveis em cada um dos 96 distritos da cidade.

“Em Bogotá (capital da Colômbia), quando a gente conheceu um instrumento parecido [com o plano de metas], todos os anos o prefeito e seus secretários iam prestar contas do andamento e cada secretário comentava como estava indo sua área. Esperamos chegar nesse modelo”, disse.

A primeira experiência com plano de metas na prefeitura de São Paulo ocorreu com Kassab. De acordo com a Nossa São Paulo, apenas 105 metas foram cumpridas, o que representa 47,1% do total de 223 metas estabelecidas. Ao fim de sua gestão, que durou seis anos, o ex-prefeito afirmou, no entanto, ter cumprido 55% das metas.

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