Rio terá policiamento especial para comunidade LGBT no carnaval

Ação faz parte do Programa Brasil sem Homofobia, criado pelo governo do estado em 2007

Carnaval do Rio terá serviço especial de proteção e conscientização contra homofobia: conquista da cidadania (CC/SomosLGBT)

São Paulo – O estado do Rio de Janeiro terá um plano de policiamento preventivo e especializado para a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais (LGBT) no carnaval. Na segunda-feira (4), a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, e o superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos e coordenador do programa Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, e mais de 20 delegados de polícia se reuniram para anunciar o esquema do policiamento especial na sede da Polícia Civil, no centro do Rio.

O presidente do Grupo Arco-Íris, organização não-governamental que luta por direitos e pela promoção da cidadania LGBT, Julio Moreira, ressalta que esse tipo de ação é essencial para toda a sociedade. “Essas iniciativas são importantes para todos, até para conscientizarmos sobre a questão da homofobia.”

A operação começará na sexta-feira (8) e vai até o dia 21. Uma tenda com psicólogos, advogados e assistentes sociais que atenderão às eventuais vítimas de homofobia será montada na Central do Brasil, no centro da cidade, e o Disque Cidadania LGBT (0800 023 4567) vai funcionar 24 horas para receber denúncias. Além disso, cerca de 200 mil panfletos educativos com informações sobre como se proteger da homofobia, o que fazer e aonde ir em caso de violência. 

Na capital, as áreas que receberão mais atenção policial são a da rua Farmede Amoedo, em Ipanema, e o entorno do Sambódromo, no centro, por serem bastante frequentadas pela comunidade LGBT. Cabo Frio, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Nova Iguaçu, Belford Roxo, Caxias, Maricá, Niterói e Macaé são cidades que também receberão policiamento especial.

O policiamento especializado é resultado da parceria entre o Programa Rio Sem Homofobia, coordenado pela Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado e Assistência Social e Direitos Humanos e a Policia Civil. Participam também a Subsecretaria de Estado de Segurança e a Polícia Militar.

O programa, criado pelo governo do estado do Rio de Janeiro em 2007, tem como objetivo o combate à discriminação e a promoção da cidadania LGBT. A iniciativa do policiamento especializado existe desde a criação do programa. “Havia na época um grupo de ‘pit boys’ que se organizavam para agredir homossexuais durante o carnaval em Ipanema e, nós, do Grupo Arco-Íris, fizemos uma denúncia sobre isso”, conta Moreira.

Segundo ele, o papel do movimento LGBT é monitorar e avaliar políticas públicas voltadas para esta comunidade. “Nosso papel é este, cobrar para que essas políticas não se tornem apenas políticas de governo, mas sim políticas de Estado.”

Em 2011, a cidade do Rio foi eleita, pela segunda vez, o melhor destino gay do mundo. Entretanto, Moreira lembra que ainda há muitos casos de agressão e discriminação por homofobia. “Recebemos turistas do mundo todo, e é importante que possamos oferecer segurança e facilidade de acesso para que as pessoas se sintam bem e voltem à nossa cidade.”

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