Moradores da zona leste de SP aguardam há três anos por remoção de área de risco

O agente social do Instituto Alana, Oswaldo Ribeiro Santos, ressalta que nem a prefeitura nem o governo do estado forneceram informações concretas sobre a remoção das famílias (Foto: Anelize Moreira/RBA) […]

O agente social do Instituto Alana, Oswaldo Ribeiro Santos, ressalta que nem a prefeitura nem o governo do estado forneceram informações concretas sobre a remoção das famílias (Foto: Anelize Moreira/RBA)

São Paulo – Moradores da Vila Itaim, no bairro Jardim Helena, zona leste da capital paulista, aguardam há três anos para serem retirados do local, que é sujeito a grandes alagamentos. Em 2010, fortes chuvas deixaram o bairro alagado por três meses.

Após esta enchente, houve uma ação de remoção, motivada também pelo início das obras do Projeto Parque Linear da Várzea do Tietê. De acordo com a Secretaria de Habitação do município, 2.300 famílias já foram removidas e 4 mil permanecem no local. Os moradores contestam os números: segundo eles 6 mil pessoas ainda continuam em situação indefinida.

O vendedor Gleison Ferreira, de 31 anos, conta que perdeu praticamente todos os seus móveis na enchente e que não aceitou o bolsa aluguel oferecido para ele na época, com receio de não conseguir uma moradia definitiva, como conta à Rádio Brasil Atual.

“Em 2010 entrou mais ou menos 1,20 metro de água dentro de casa. Eles [representantes do poder público] vieram e tiraram o pessoal com bolsa aluguel. Ficaram de tirar o restante e ninguém resolve nada. Quando chegam janeiro e fevereiro eles vêm dizer vão resolver e não fazem nada. A única coisa que fazem aqui é passar limpando os bueiros”, conta. “Tem que tirar a gente, mas com dignidade, para um lugar onde a gente possa morar sem correr outro risco”.

De acordo com o agente social do Instituto Alana, Oswaldo Ribeiro Santos, parte das famílias recebeu auxílio aluguel de R$ 300; 340 famílias foram para apartamentos da CDHU, em Itaquaquecetuba e São Matheus; e uma terceira parte recebeu indenizações de R$ 10 mil a R$ 70 mil. 

Ele ressalta que nem a prefeitura nem o governo do estado forneceram informações concretas sobre a remoção dos moradores da Vila Itaim. “Nós nos reunimos com alguns departamentos públicos e nunca tivemos respostas concretas quanto à política habitacional, às empresas que estarão nas licitações das obras e se há possibilidade de diminuir o número de remoções”, afirmou à Rádio Brasil Atual. “Hoje as pessoas vivem apavoradas pelo risco de enchente”.

A Secretaria Municipal de Habitação informou que neste primeiro semestre serão entregue mais de 750 unidades do conjunto habitacional Caraguatatuba, em Itaquera. Todas as famílias estão recebendo bolsa aluguel, previsto até a conclusão das unidades. Já a Secretaria Estadual de Habitação e a CDHU se comprometeram a construir 2.500 unidades habitacionais para as famílias de São Paulo e 500 para Guarulhos.

Segundo a CDHU terrenos foram destinados para a construção de 1.257 unidades habitacionais, mas ainda não há prazo para liberação. A conclusão da primeira fase do Parque Linear da Várzea do Tietê esta prevista para 2016.

 

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