Unesco declara Rio como Paisagem Cultural e Patrimônio da Humanidade

Natureza exuberante e interação da paisagem com cotidiano da população levaram Rio a ser declarado patrimônio cultural da humanidade (CC/Gustav’s?Flickr) Rio de Janeiro – Belezas naturais e harmonia com o […]

Natureza exuberante e interação da paisagem com cotidiano da população levaram Rio a ser declarado patrimônio cultural da humanidade (CC/Gustav’s?Flickr)

Rio de Janeiro – Belezas naturais e harmonia com o homem fizeram do Rio a primeira cidade do mundo a receber o título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A escolha ocorreu neste domingo (1º), em votação na 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que está reunido em São Petersburgo, na Rússia, desde o dia 25 de junho.

A candidatura do Rio foi apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A escolha se deu durante a 36ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (36ª WHC), que ocorre em São Petersburgo, na Rússia, em votação que estava prevista para ocorrer inicialmente ontem (30).

Compõem atualmente o Comitê da Unesco, as delegações da Argélia, do Camboja, da Colômbia, Estônia, Etiópia, França, Alemanha, Índia, do Iraque, Japão, da Malásia, do Mali, México, Catar, da Rússia, do Senegal, da Sérvia, África do Sul, Suíça, Tailândia e dos Emirados Árabes Unidos.

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, acompanharam os trabalhos e comemoraram a decisão, que resultou na inclusão de mais um bem brasileiro na Lista de Patrimônio Mundial, o décimo nono (confira abaixo a lista completa).

Por meio da assessoria de imprensa do Iphan, Ana de Hollanda declarou que “o resultado é consequência de um estudo minucioso em que se avaliou a forma criativa com que o habitante se adaptou à topografia excepcionalmente bela e irregular da cidade, inventando modos inéditos de usufruir a vida”.

Já Almeida observou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades”.

De acordo com o Iphan, a partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de ações integradas visando à preservação de sua paisagem cultural. São eles o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, o Jardim Botânico, a Praia de Copacabana e a entrada da Baía de Guanabara. Os bens cariocas que agora são patrimônio mundial incluem ainda o Forte e o Morro do Leme, o Forte de Copacabana, o Arpoador, o Parque do Flamengo e a Enseada de Botafogo.

Histórico

Em setembro de 2009, o Iphan entregou à Unesco o dossiê completo da candidatura do Rio a patrimônio cultural da humanidade, justificando seu valor universal pela interação da sua beleza natural com a intervenção humana.

O conceito de paisagem cultural foi adotado pela agência das Nações Unidas em 1992 e incorporado como uma nova tipologia de reconhecimento dos bens culturais, conforme a Convenção de 1972, que instituiu a Lista do Patrimônio Mundial.

Até o momento, os sítios reconhecidos mundialmente como paisagem cultural relacionavam-se a áreas rurais, a sistemas agrícolas tradicionais, a jardins históricos e a outros locais de cunho simbólico, religioso e afetivo. “O reconhecimento do Rio de Janeiro culminará numa nova visão e abordagem sobre os bens culturais inscritos na Lista do Patrimônio Mundial”, avalia o Iphan.

O Brasil tem, além do Rio, 18 bens culturais e naturais na lista de bens reconhecidos pela Unesco. Os anos entre parênteses indicam quando o órgão declarou o reconhecimento:

Culturais
– Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto, Minas Gerais (1980)
– Centro Histórico de Olinda, Pernambuco (1982)
– Ruínas de São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul (1983)
– Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, Minas (1985)
– Centro Histórico de Salvador, Bahia (1985)
– Conjunto Urbanístico de Brasília, Distrito Federal (1987)
– Centro Histórico de São Luís, Maranhão (1997)
– Centro Histórico de Diamantina, Minas (1999)
– Centro Histórico de Goiás, Goiás (2001)
– Praça de São Francisco em São Cristovão, Sergipe (2010)

Naturais
– Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (1986)
– Costa do Descobrimento, Bahia e Espírito Santo (1997)
– Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí (1998)
– Reserva Mata Atlântica, São Paulo e Paraná (1999)
– Parque Nacional do Jaú, Amazonas (2000)
– Pantanal Mato-grossense, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (2000)
– Reservas do Cerrado: Parque Nacional dos Veadeiros e das Emas, Goiás (2001)
– Parque Nacional de Fernando de Noronha, Pernambuco (2001)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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