São Paulo – O Ministério Público Estadual abriu investigação para apurar acusações de corrupção envolvendo mais um secretário do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Desta vez, as acusações são contra o secretário Especial de Controle Urbano, Orlando de Almeida Filho, ex-titular da Secretaria de Habitação.

Almeida foi chefe de Hussain Aref Saab, ex-diretor do Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov), na pasta da Habitação. Aref é investigado por enriquecimento ilícito e cobrança de propina para aprovar empreendimentos na cidade. O ex-diretor do Aprov teve seus bens bloqueados a pedido do MP.

O Gaeco (Grupo Especializado em Crime Organizado do Ministério Público) abriu investigação contra Almeida após ouvir três pessoas ligadas a boates e casas de prostituição que relataram pedidos de propina.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a comerciante Vailde Rocha Velloso teria acusado Almeida de pedir, em abril de 2009, R$ 100 mil para que não fechasse a casa Romanza, no centro de São Paulo. Na época, o local estava sem alvará de funcionamento. O despachante de Vailde confirmou o pedido de propina, que não teria sido pago.

Oscar Maroni também foi ouvido pelo Gaeco e informou que discutiu publicamente com o secretário de Kassab após ter afirmado que apresentaria provas de corrupção envolvendo o secretário. Também deve ser ouvidas outras duas testemunhas, que em 2009, disseram que Almeida cobrou propina para ignorar irregularidades no Shopping Capital, na Mooca.

Na semana passada, o MP divulgou informações sobre denúncias contra outro secretário de Kassab, Eduardo Jorge, que atuava na pasta do Verde e Meio Ambiente. Ele é suspeito de cobrança de propina para liberar obras no Shopping Pátio Higienópolis. Os dois acusados negaram as acusações.

Perfil

Almeida é 2º tesoureiro do Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo (Sciesp). No site da prefeitura, ele ainda é citado como presidente da entidade e integrante do Conselho dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo – Creci/SP. Ele também seria sócio de diversas empresas como a Triumpho Associados Consultoria de Imóveis, Trincorp Incorporações Imobiliárias e Orlando de Almeida Incorporações Imobiliárias. “Advogado e empresário, atua no setor imobiliário desde 1971. Já participou da comercialização de mais de 120 mil unidades residenciais, comerciais e lotes em todo o Brasil”, consta do portal da prefeitura.

Em maio deste ano, Almeida foi condenado pela Vara da Fazenda Pública a pagar R$ 145 mil por abuso de poder em um processo de concessão de alvará para um posto de combustível. A juíza do caso, Silvia Maria Meirelles Novaes de Andrade considerou que o secretário de Controle Urbano fazia exigências descabidas em um processo de concessão de alvará.