Para prefeitura, política habitacional de São Paulo cumpre metas e não há mais periferia

São Paulo – A superintendente de Habitação Popular e secretária Adjunta de Habitação da capital paulista, Elisabete França, negou hoje (11) que as políticas habitacionais da prefeitura provoquem  expulsão de […]

São Paulo – A superintendente de Habitação Popular e secretária Adjunta de Habitação da capital paulista, Elisabete França, negou hoje (11) que as políticas habitacionais da prefeitura provoquem  expulsão de moradores mais carentes para outras cidades. “Ninguém está sendo expulso. Todos os que moram, por exemplo, na região central e favelas estão sendo lembrados”, disse.

Elisabete também afirmou que não existe periferia na cidade e disse que acessar um bairro como Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo, demora 20 minutos pelo Expresso Tiradentes. A secretária participou hoje do lançamento de livro “O urbanismo nas preexistências Territoriais e o Compartilhamento de Ideias”, editado pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), na Universidade Mackenzie, no centro da capital.

Em entrevista coletiva na terça-feira (8), o pré-candidato a prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) afirmou que os trabalhadores estão sendo expulsos da cidade pela falta de uma política de ocupação do solo. Movimentos sociais e urbanistas críticos à política habitacional do prefeito Gilberto Kassab (PSD) também apontam a expulsão da população carente e incentivo à especulação imobiliária.

De acordo com Elisabete, a Sehab cumpriu as metas do quadriênio (2009-2012). “Temos cerca de 150 mil famílias em programas de urbanização e regularização e estamos trabalhando de forma a integrar e viabilizar mais projetos do governo federal aqui”, detalhou. “Saímos com a consciência tranquila”, disse.

A secretária avalia que falar de expulsão de pessoas da cidade é um “discurso antigo e fora de moda”. “É de quem é contra encontrar soluções. É do cara que gosta só de dizer: ‘o mundo é mau’”, criticou. O conceito, segundo ela, fazia sentido no governo do ex-prefeito Paulo Maluf (1993-1996). Mas agora não faz mais.

Sobre as eleições do Conselho Municipal de Habitação, suspensas desde novembro do ano passado a pedido do Ministério Público Estadual, por supostas irregularidades no processo, Elisabete se disse otimista que o pleito ocorra em junho ou julho, porque há “temas fundamentais que dependem do conselho”. A eleição depende de decisão da Justiça. “A decisão saiu da nossa esfera. Está na esfera do poder judiciário.”

Em audiência da Comissão de Administração Pública da Câmara Municipal de São Paulo na quarta-feira (9), o promotor público de Habitação e Urbanismo Maurício Lopes, afirmou que processará o secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite, a comissão eleitoral e quem mais for responsável sobre a questão, caso as eleições do Conselho Municipal de Habitação não ocorram no prazo de 30 dias.

Evolução

O  ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, arquiteto e urbanista também participou do lançamento da publicação da Sehab e comentou possíveis soluções para as cidades. Segundo ele, embora todo mundo deseje ter metrô na porta de casa, isso não será possível. “São Paulo tem a quarta linha de metrô, mas 84% da população se desloca na superfície”. Na sua avaliação, o “trem de subúrbio” está melhorando “e muito”, em São Paulo.

O arquiteto também citou conceitos utilizados por ele, como acupuntura urbana – intervenções pontuais que ajudam a mudar rapidamente as cidades – e ruas portáteis que podem ser montadas e desmontadas conforme a necessidade dos bairros.

 

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