Em ocupação da Rocinha, no Rio, escola de samba vira hospital de campanha

Ação de polícias estadual e federais a partir da madrugada deste domingo é parte do processo de instalação de UPP em três comunidades, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio

Ensaios da escola para o carnaval 2012 darão lugar a eventuais feridos na operação (Foto: Divulgação Acadêmicos da Rocinha)

São Paulo – O plano de ocupação da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, está traçado e terá início na madrugada deste domingo (13). A Operação Choque de Paz, do governo estadual com apoio de forças federais, irá atingir ainda as comunidades do Vidigal e da Chácara do Céu. A iniciativa é parte do processo de instalação da 19ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no estado, principal ação de segurança pública do governo Sérgio Cabral (PMDB), ainda em data a ser definida.

Os detalhes anunciados têm contornos de operação de guerra. A quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha, na parte baixa da favela, será transformada em hospital de campanha, com seis leitos e três ambulâncias de plantão. A unidade provisória está a cargo do Corpo de Bombeiros. Os ensaios da escola para o carnaval 2012, reiniciados no dia 6 de novembro, darão espaço a pessoas feridas. Depois dos primeiros atendimentos, serão transferidas ao Hospital Miguel Couto, também na zona sul.

A decisão de começar a ocupação havia sido confirmada na sexta-feira (11) pelo secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. Ela acontece após a prisão, nesta semana, de uma série de pessoas procuradas pelas forças de segurança do estado por tráfico de drogas. Antonio Bonfim Lopes, o Nem, considerado chefe da facção criminosa Amigos dos Amigos, e outros 20 suspeitos foram presos em um certo ao local.

Policiais do Batalhão de Choque já intensificam revistas a carros e pessoas em acessos às favelas. Às 2h30 deste domingo, vias de acesso das três favelas serão bloqueadas pela Polícia Militar, com apoio da Companhia de Engenharia de Tráfego da Prefeitura (CET-Rio) e da Guarda Municipal. A ação, considerada de “retomada de território”, contará com apoio de forças federais, de modo semelhante ao que aconteceu em novembro de 2010, na ocupação do Complexo do Alemão. Beltrame pediu a colaboração dos moradores durante o trabalho dos policiais.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, serão interditadas a autoestrada Lagoa-Barra (nos dois sentidos), a avenida Niemeyer, a estrada do Joá, a rua Marquês de São Vicente e a estrada das Canoas. A Polícia Rodoviária Federal deve manter bloqueadas as principais saídas da capital fluminense, enquanto ações de inteligência serão coordenadas pela Polícia Federal.

“A operação está muito bem delineada”, elogiou-se Beltrame. “Vários aspectos foram abordados, principalmente a segurança da população, em uma operação que vai preconizar a vida das pessoas. Vamos fazer o possível para que não haja trauma algum”, prometeu.

O serviço de transporte público será prejudicado durante a operação. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, as empresas de ônibus terão de oferecer rotas alternativas, se o itinerário regular incluir áreas bloqueadas.

Com informações da Agência Brasil

 

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