Catadores da Granja Julieta ainda cobram local para trabalhar

Apesar de uma autorização de contrato de aluguel de um outro espaço ter saído em Diário Oficial, prefeitura não transfere catadores

São Paulo – Os catadores de materiais recicláveis da Cooperativa da Granja Julieta, na zona sul da capital, continuam sem um espaço adequado para trabalhar. Eles reivindicam um novo local desde 2009, quando a sede da cooperativa pegou fogo e a prefeitura os encaminhou para um galpão provisório. Segundo a presidenta da Cooperativa, Mara Lúcia Sobral Santos, depois de algumas manifestações em setembro a prefeitura havia se comprometido a mudá-los de local. “Eles (prefeitura) pediram que a gente arrumasse nossas coisas, pois já estavam fazendo o seguro do galpão”, disse Mara.

No Diário Oficial do dia 15 de outubro foi publicada uma autorização para que o Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb) firmasse um contrato de aluguel pelo prazo de 12 meses de um imóvel localizado na Capela do Socorro, também na zona sul, para a implantação da Unidade de Central de Triagem Granja Julieta. Segundo Mara, a prefeitura comunicou que o dono do imóvel desistiu do contrato e que precisaria de mais tempo para encontrar outro local.

Os catadores permanecem em um terreno provisório desde 2009, quando houve um incêndio sem causas conhecidas na sede da cooperativa. No local onde permanecem não há banheiros suficientes, espaço para alimentação nem cobertura adequada. “Quando chove os materiais ficam comprometidos e os compradores pagam valores mais baixos. Trabalhamos muito e não recebemos o suficiente”, contou Mara. Na época, surgiram suspeitas de que o incêndio poderia ter sido criminoso para forçar a saída dos trabalhadores.

Para a presidenta da cooperativa, falta vontade do poder público de resolver a situação, principalmente pelo fato de a região ser nobre e estar sofrendo com a especulação imobiliária. ” Não nos querem aqui (na região) e agora, com o recesso, eles ganham tempo e não resolvem nossa situação”, acusa.

A Rede Brasil Atual entrou em contato com a prefeitura e não obteve resposta até as 18h desta quarta-feira (23).

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