Cresce número de brasileiros que se declaram pretos ou pardos, segundo IBGE

Censo 2010 mostra grande desigualdade de renda e educação entre a população preta e parda e a branca

São Paulo – Um dos destaques do Censo 2010 é a mudança na estrutura populacional em termos de cor ou raça. A proporção de pessoas que se declaram pretas ou pardas teve um aumento de 6 pontos percentuais, com 50,7%, em relação a 2000, que era de 44,7%.

As regiões Norte e Nordeste têm a maior concentração de pretos e pardos enquanto o Sudeste e o Sul têm maioria branca. Esse quadro condiz com a ocupação histórica do país. Na população abaixo dos 40 anos a proporção de pretos e pardos é maior. Já entre os idosos, maiores de 65 e principalmente acima de 80 anos, há mais brancos.

Renda

A desigualdade na distribuição de renda pode ser uma das explicações para a diferença entre pretos e pardos e os brancos na pirâmide etária. Os rendimentos médios mensais dos pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) e indígenas (R$ 735) é praticamente a metade dos brancos (R$ 1.538) e amarelos (R$ 1.574). As capitais com maior desigualdade são Salvador (Bahia) com os brancos ganhando 3,2 vezes mais do que pretos e Recife (Pernambuco), onde essa diferença é o triplo.

Analfabetismo

Os pretos ou pardos ainda mantêm taxas maiores de analfabetismo em relação aos outros grupos de cor ou raça. A taxa entre a população com 15 anos ou mais caiu de 13,6% em 2000 para 9,6 em 2010. Entre os negros e pardos na mesma faixa etária os percentuais são respectivamente de 14,4% e 13,0%, contra 5,9% dos brancos.

O analfabetismo da população preta piora em municípios com até 5 mil habitantes, com 27,1% e também nas cidades entre 5.001 e 20.000 habitantes chegando a 28,9%. Já as taxas de analfabetismo dos pardos variam de 20,0% a 22,1% nos municípios desde os com até 5.000 habitantes até os de 50.000 habitantes.