Quatro cidades catarinenses decretam calamidade pública por causa da chuva

Milhares de residências estão sendo afetadas pelo excesso de chuvas em Santa Catarina (Foto: Virginia Cardoso/foto do leitor/ABr) São Paulo – Quatro municípios catarinenses – Brusque, Taió, Lontras e Rio […]

Milhares de residências estão sendo afetadas pelo excesso de chuvas em Santa Catarina (Foto: Virginia Cardoso/foto do leitor/ABr)

São Paulo – Quatro municípios catarinenses – Brusque, Taió, Lontras e Rio do Sul – decretaram estado de calamidade pública por causa das inundações e dos deslizamentos de terra que ocorrem desde a madrugada da quinta-feira (8).

Nas últimas 92 horas, o volume de chuva ultrapassa 200 milímetros – quantidade esperada para o mês inteiro em alguns municípios do estado.

Segundo o último boletim da Defesa Civil do estado, passa de 615 mil o número de pessoas afetadas pelas chuvas em 65 municípios e são 14 as cidades em situação de emergência. 

A diferença entre estado de calamidade pública e situação de emergência é que, no primeiro caso, devido à ocorrência de desastres considerados de muito grande porte, o município atingido somente se recuperará por meio da ajuda dos governos estadual e federal e de órgãos externos. Já a situação de emergência é caracterizada pela ocorrência de desastre de grande porte, cuja intensidade não impede que o município atingido resolva a situação com recursos próprios, mas sem abrir mão da necessidade de complementação do governo estadual e federal.
A calamidade pública é decretada quando existem danos à saúde e aos serviços públicos. Tanto no caso de situação de emergência quanto no estado de calamidade, o governo pode contratar pessoas, serviços e executar obras sem licitação.

A Defesa Civil de Santa Catarina informa que, desde a noite de quinta-feira, o Grupo de Ações Coordenadas (Grac) tem adotado medidas integradas, envolvendo as áreas da saúde, educação, o Exército e o Corpo de Bombeiros, entre outros órgãos, principalmente na região do Vale do Itajaí.

A Secretaria de Educação suspendeu as aulas em Blumenau, Gaspar, Itajaí e Rio do Sul. As escolas estaduais servem de abrigos para as famílias desabrigadas. Em Blumenau, cinco escolas estão recebendo as vítimas das enchentes e em Itajaí, duas.

Internet 

Órgãos do governo e a população de Santa Catarina usam a internet como ferramenta para orientar os moradores sobre os perigos das fortes chuvas. Sites de relacionamentos, como o Facebook , são usados como meio de aviso pelas instituições governamentais. O Twitter é a opção dos moradores para se mobilizar e ajudar pessoas que estão em locais críticos.

Os sites da Defesa Civil e das prefeituras emitem boletins em tempo real atualizando dados e divulgando alertas para que a população saiba o que está acontecendo e possa tomar providências. “Águas sobem rapidamente na região do Bambuzal, Bairro São Vicente. A recomendação é para a retirada imediata”, avisa a prefeitura do Vale do Itajaí no Facebook.

Os avisos e posts são duplicados pelas rádios e serviços locais de alto-falantes.

Na noite da última quinta-feira, os avisos na rede alertavam para o perigo de a água atingir as casas. “Saia de casa antes que a água atinja a residência. Atenção especial para mulheres e crianças, que devem seguir para os abrigos. Quem for para os abrigos públicos, se puder, leve colchão, cobertor e travesseiros.”

“O abrigo da Escola João Duarte, Bairro São João, precisa com urgência de voluntários. São 7 pessoas ajudando cerca de 70 desalojados. Se alguém estiver na região da escola, ajude o abrigo levando alimentos, água e cobertas”, avisa a população em uma página de relacionamento.

A moradora de Itajaí Marli Cardoso, de 73 anos, que em 2008 teve a casa inundada, conta que este ano as coisas estão acontecendo bem diferentes. “Perdemos todos os móveis por falta de informação dos órgãos públicos, que poderiam, como estão fazendo este ano, informar como proceder. Naquele ano, a água chegou a 1 metro dentro da minha casa. O que sobrou foi muita lama, resto de móveis e desespero.”

Ela disse que, desde o início das chuvas, tem acompanhado tudo o que é divulgado nos meios de comunicação e se sentiu mais segura para tomar as providências a fim de evitar o que ocorreu em 2008.

Emergenciais

O Ministério da Integração Nacional liberou 3 mil cestas básicas para as pessoas atingidas pelas chuvas em Santa Catarina. De acordo com a pasta, representantes da Secretaria Nacional de Defesa Civil já estão no estado e acompanham a situação nas regiões mais afetadas.

Foram liberados ainda R$ 30 milhões para obras de reconstrução em municípios que registraram enchentes. As Forças Armadas também foram acionadas, com o objetivo de colocar de prontidão aeronaves e tropas para resgate e transporte de vítimas e para a distribuição de primeiros socorros.

Com informações da Agência Brasil. Edição: Fábio M. Michel

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